RECESSÃO MUNDIAL

Davos: saiba o que está em pauta no 1° dia do Fórum Econômico Mundial

Brasil será representado por Fernando Haddad e Marina Silva em evento que deve priorizar a discussão de uma possível crise no ocidente.

Davos: saiba o que está em pauta no 1° dia do Fórum Econômico Mundial
Evento vai até o dia 20 de janeiro (Crédito: Divulgação/ Fórum Econômico Mundial)

Nesta segunda-feira (16) teve início o Fórum Econômico Mundial (FEM), encontro anual em Davos, na Suíça, que reúne líderes empresariais e governamentais. O fórum discute questões mundiais urgentes, inclusive relacionadas à saúde pública e meio-ambiente.

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Recessão Mundial

Foi publicado nesta segunda o Panorama dos Economistas-Chefe 2023, documento que mostra as expectativas para a economia mundial da perspectiva de especialistas.

Quase dois terços dos economistas que responderam a pesquisa de elaboração do panorama esperam que haja uma recessão neste ano. 1 em 5 deles consideram uma recessão “extremamente provável” no ano de 2023, número que quase dobrou desde a última pesquisa em setembro de 2022.

No entanto, ainda há otimismo. De acordo com informações do próprio Fórum Econômico Mundial, os economistas do panorama esperavam que “os resultados dos últimos choques fossem piores, a desaceleração iminente foi relativamente curta e a resiliência atual foi a pedra angular da recuperação futura.”

Nove em cada dez entrevistados atribuem o resultado a uma fraca demanda para impulsionar a atividade comercial, 87% deles espera que os custos de empréstimos permaneçam elevados e 60% esperam que os custos de insumos também sejam elevados.

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O custo de energia na Europa é uma grande preocupação, especialmente com a continuidade da guerra na Ucrânia e a suspensão do fornecimento de gás pela Rússia. A produção regional sofre com o aumento de preços e pode ser afetada pela falta de competitividade no mercado.

O economista-chefe do Banco Bradesco, Fernando Honorato Barbosa, foi um dos consultados para a pesquisa. Ao Fórum, ele declarou que “Forjar resiliência, integração e robustez financeira de olho nas pessoas e na natureza será obrigatório. O risco de desglobalização e de agir apenas para atender aos próprios interesses da empresa é real, mas isso não é do melhor interesse da sociedade. É mais fácil falar do que fazer, mas os verdadeiros líderes serão chamados à ação como nunca antes.”

O panorama também revelou que nem todos os países devem sofrer com a possível recessão. A maioria dos economistas espera moderado a forte crescimento econômico no Oriente Médio, no norte da África e no sul da Asia, enquanto mais de nove em cada dez acreditam que o crescimento será fraco nos Estados Unidos e na Europa.

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Brasil

A edição deste ano teve suas atenções voltadas para o Brasil após os ataques antidemocráticos do dia 08 de janeiro. Para representar o país, foram enviados o ministro Fernando Haddad (Fazenda) e a ministra Marina Silva (Meio-Ambiente).

A dupla participa de dois painéis principais e já receberam mais de 50 convites de encontros com líderes. “São encontros muito rápidos e uma frequência enorme. Mais de uma dúzia de encontros em dois dias”, detalhou. Na quarta-feira (18), o encontro marcado é com a imprensa internacional.

Após sua chegada a Davos, Haddad declarou que leva um recado político, um econômico e um ambiental à comunidade internacional. O respeito à democracia, a sustentabilidade fiscal com justiça social e reindustrialização com sustentabilidade ambiental no Brasil. “Modelo de economia que estamos defendendo”, explicou.

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Marina Silva já participou, na noite de hoje, de um dos fóruns do evento. Intitulado “Em harmonia com a Natureza”, ela falou ao lado de outros seis especialistas. Hindou Oumarou Ibrahim, ativista e presidente da Associação de Mulheres Peul e Povos Autóctones do Chade se dirigiu a Marina em determinado momento elogiando as medidas apresentadas pelo presidente Lula na COP 27 no ano passado, especialmente no que diz respeito aos povos indígenas.

O presidente Luiz Inácio lula da Silva declinou o convite para ocupar o palco principal do evento. Ele justificou a falta com a priorização, neste primeiro mês, da política externa com países latino-americanos. O Itamaraty já havia adiantado que a primeira viagem internacional de Lula seria para a Argentina.

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