análise

Eleições na Argentina: A escolha entre o ruim e o pior

Disputam a Casa Rosada o governista Sergio Massa, que representa a manutenção de um cenário catastrófico e o libertário e outsider Javier Milei, que coloca a sólida democracia do país em risco

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Argentinos vão às urnas escolher entre o ruim e o pior (Créditos: Perfil.com)

Os argentinos voltam às urnas neste domingo (19), no segundo turno da eleição presidencial, diante de uma escolha difícil entre o governista Sergio Massa (Unión por la Patria) e outsider Javier Milei (La Libertad Avanza). Hoje, os hermanos têm a árdua missão de escolher quem  vai comandar o país pelos próximos quatro anos.

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A escolha entre o ruim e o pior.

Sergio Massa representa a manutenção de tudo o que está posto no governo peronista de Alberto Fernández.  Foi colocado no cargo em setembro de 2021 pelo presidente e sua vice, Cristina Kirchner, com o objetivo de tirar o país da crise. Obviamente, a missão falhou, já que a inflação da Argentina fechou em 50,9% no ano de 2021 e, desde então, só piora. Sob a gestão de Massa,  está atualmente em 142,7% ao ano. O Produto Interno Bruto (PIB) está à beira de mais uma contração, a sexta em uma década. Sergio Massa carrega, em números expressivamente negativos um currículo nada vantajoso para quem disputa a eleição de um país.

A situação está ruim? Sim. Mas, pode piorar.

Com Javier Milei em cena, a pergunta que fica é: O que acontece quando um país instável cai nas mãos de um líder instável? este questionamento não é meu. É a pergunta aparece no prefácio de “El Loco”, biografia não autorizada de Milei. O autor do livro é o jornalista Juan Luis González. Em entrevista ao site argentino Perfil.com, Gonzáles afirmou:

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“Não há uma experiência passada que permita imaginar como seria um governo Milei. Muitas ideias dele nunca foram aplicadas na Argentina, como dolarizar a economia, fechar o Banco Central e acabar com as obras públicas”.

Pode piorar. E muito. Uma Argentina em frangalhos economicamente pode se aventurar em mãos inaptas para um salto no desconhecido.

Aqui no Brasil, conhecemos bem este passeio dramático. Quem não lembra do governo de Fernando Collor de Mello? Quem tem mais de 40 anos, certamente recorda facilmente a tragédia econômica em que o país se meteu. Collor era se colocou como o ‘salvador da Pátria’, ‘caçador de marajás’ e prometeu acabar com uma inflação que beirava 500% ao ano. Mudar a estrutura econômica do país com uma moeda forte era a solução. Para isso, colocou nas mãos de uma inexperiente ministra Zélia Cardoso de Mello a missão de transformar o Brasil em uma potência econômica mundial em um estalar de dedos.

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Logo,Collor percebeu que os problemas econômicos do país pouco tinham a ver com a moeda. Era necessária uma robusta base de sustentação. O que aconteceu com o país? O Google pode contar melhor do que eu. Por gentileza, pesquisem o que significou o dia 29 de dezembro de 1992 junto à palavra ‘impeachment’. Parece que os argentinos estão tentados a cair no mesmo erro. Escolher o pior entre os dois candidatos à presidência ‘à espera de um milagre’, como o nome do filme.

Para quem pediu, um conselho de quem já viveu o caos. Aventureiros: Fora!

* Este texto não reflete a opinião de Perfil Brasil

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