
O ultradireitista Javier Milei disse, em debate entre os candidatos a presidente na Argentina, que o número de desaparecidos na ditadura militar do país foi menor do que o estimado por organizações de direitos humanos, 40 anos após o retorno da democracia ao país. O debate aconteceu nesse domingo (1º).
As propostas para combater a inflação, a fuga de divisas, a dolarização da economia ou o fim do Banco Central foram os temas que dominaram o primeiro debate entre candidatos à presidência da Argentina, onde o primeiro turno das eleições acontecerá em 22 de outubro.
Milei questionou se a ditadura provocou 30 mil desaparecidos, como afirmam as organizações de defesa dos direitos humanos, e descreveu os anos do regime militar como uma “guerra” entre as forças do Estado e as guerrilhas. “Não foram 30 mil desaparecidos, são 8.753. Somos contra uma visão de apenas um lado da história“, declarou.
O presidente Alberto Fernández respondeu à afirmação de Milei. “É insustentável que alguém continue negando e justificando a ditadura genocida que torturou, assassinou, roubou bebês dos quais mudou a identidade, provocou desaparecimentos e condenou ao exílio dezenas de milhares de argentinos”, escreveu o presidente na rede X (antigo Twitter).
Javier Milei, 52 anos, entrou para a política argentina no ano de 2021, quando foi eleito deputado pela cidade de Buenos Aires. Em agosto passado, ele foi a surpresa das primárias presidenciais, quando foi o primeiro colocado, com 30% dos votos. Ele é o candidato do grupo A Liberdade Avança à presidência da Argentina.
🟣 Milei sorteó críticas, trató de marcar diferencia y no se salió de su eje.
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— Perfil.com (@perfilcom) October 2, 2023