No giro que faz por países do Oriente Médio desde a última sexta-feira (15), o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, tem debatido com autoridades da região a preocupação com a situação dos civis da Faixa de Gaza.
Fontes que presenciaram o encontro, nessa quarta-feira (20), entre Vieira e o chanceler da Arábia Saudita, Faisal Bin Farhan, relataram que há apreensão com a “inflexibilidade” do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, para um cessar-fogo.
Interlocutores de Vieira afirmam que há consenso entre o Brasil e autoridades do Oriente Médio sobre a necessidade de insistir com os americanos que a situação em Gaza não permite este posicionamento do governo israelense.
Após a reunião com o chefe da diplomacia brasileira, o chanceler saudita também esteve com Anthony Blinken, secretário de Estado dos Estados Unidos.
O secretário americano segue agora o Cairo, capital do Egito, para discutir negociações para um acordo de ajuda humanitária para Gaza. Já Mauro Vieira retorna a Brasília, depois de passar a semana na região.
Durante sua visita à Cisjordânia, no domingo (17), o ministro brasileiro criticou a ação de Israel, qualificando-a como “ilegal e imoral”.
“Permitam-me que o diga em alto e bom som. É ilegal e imoral privar as pessoas de alimentos e água. É ilegal e imoral atacar comboios humanitários e pessoas que procuram ajuda. É ilegal e imoral impedir que os doentes e feridos tenham acesso a material médico essencial. É ilegal e imoral destruir hospitais, locais religiosos e sagrados, cemitérios e abrigos”, disse.
O chanceler saudita louvou os esforços do 🇧🇷 e do Presidente Lula em favor da proteção de civis em Gaza. Ressaltou também o papel do 🇧🇷 em favor de um cessar-fogo, desde que ocupou a presidência do CSNU, no início da crise.
— Itamaraty Brasil 🇧🇷 (@ItamaratyGovBr) March 20, 2024