O embaixador suíço no Iraque foi expulso do país pelo governo nesta quinta-feira (20). A decisão veio pouco depois de manifestantes invadirem a embaixada em Bagdá, escalando as paredes do complexo e ateando fogo no local. A revolta foi motivada por eventos recentes na Suécia, onde cópias do Alcorão foram queimadas em diferentes ocasiões.
Segundo informações da emissora Al Jazeera, o primeiro-ministro iraquiano, Mohammed Shia al-Sudani, também chamou de volta o encarregado de negócios de seu país na Suécia e suspendeu a permissão de trabalho da empresa de telecomunicações sueca Ericsson no Iraque.
A queima da embaixada foi convocada para protestar contra a segunda queima planejada de um Alcorão em frente à embaixada iraquiana em Estocolmo, ainda hoje (20). Enquanto os manifestantes na Suécia chutaram e danificaram parcialmente um livro que disseram ser o Alcorão, eles não o queimaram como haviam ameaçado fazer.
A embaixada finlandesa em Bagdá fica ao lado da embaixada sueca, em uma área cercada por muros de proteção. O embaixador da Finlândia no Iraque, Matti Lassila, relatou que os funcionários de ambas as representações foram evacuados proativamente na quarta-feira (19) e não ficaram feridos.
A segurança dos trabalhadores foi confirmada pela assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores da Suécia, que também condenou o ataque e destacou a necessidade de as autoridades iraquianas protegerem as missões diplomáticas.
A invasão e depredação da embaixada também foi veementemente condenada pelo Ministério das Relações Exteriores do Iraque. Em declaração oficial, o órgão disse que “o governo iraquiano instruiu as autoridades de segurança competentes a realizar uma investigação urgente e tomar as medidas de segurança necessárias para descobrir as circunstâncias do incidente, e identificar os autores deste ato e responsabilizá-los de acordo com a lei”.
Porém, ainda hoje o Ministério afirmou que cortaria relações diplomáticas com a Suécia se o Alcorão for queimado novamente no país.