Nesta sexta-feira (07), diversas famílias com os corações partidos se reunirão ao redor da creche no nordeste da Tailândia, onde um ex-policial matou 34 pessoas, a maioria crianças pequenas, em um ataque com faca e arma.
Em seu oitavo mês de gestação, a professora Supaporn Pramongmuk, de 25 anos, foi uma das vítimas do ataque. Seus alunos não tinham mais que 2 anos. Os pais da professora sonhavam em ver o neto estudando na mesma creche onde sua mãe lecionava. Segundo o veículo Al Jazeera, a mãe da vítima chorou até que não restassem mais lagrimas, após receber a notícia da morte da filha.
Parentes ficaram cerca de oito horas esperando por notícias das vítimas e pela liberação dos corpos. Uma central de apoio foi montada próxima à creche com psicólogos de prontidão para atender os familiares devastados pelo assassinato em massa.
“He shot at the door while the children were sleeping.”
Eyewitnesses have been describing a knife and gun attack at a childcare centre in northeast Thailand, where authorities say at least 37 people were killed ⤵️
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— Al Jazeera English (@AJEnglish) October 7, 2022
As bandeiras dos prédios oficiais do governo foram hasteadas a meio mastro em sinal de luto. O rei Maha Vajiralongkorn e o primeiro-ministro Prayut Chan-O-Cha estão a caminho do local para visitar os sobreviventes. Este já é considerado um dos piores assassinatos em massa do país.
A professora Nanticha Panchum foi uma das sobreviventes do ataque. Ela descreveu à Al Jazeera as cenas horríveis que vivenciou depois que o agressor invadiu o local. “Ouvi as crianças chorarem por um momento e depois ficou completamente em silêncio.”, contou. Ela ainda disse que voltou ao local com um policial, após a fuga do assassino, e encontrou todas as crianças e professores mortos.
O chefe da Polícia Nacional, Damrongsak Kittiprapat, disse à imprensa que o agressor foi suspenso em janeiro e expulso da força em junho por uso de drogas. O ex-policial, que usava uma arma comprada legalmente e morava perto da creche, tinha uma audiência no tribunal nesta sexta-feira por seu “problema com drogas”, explicou.
O primeiro-ministro Prayut ordenou uma investigação rápida sobre o ataque. A Tailândia é um dos países com maior número de armas em circulação, mas massacres desse tipo são raros. O último caso ocorreu há três anos, quando um oficial do exército matou 29 pessoas a tiros em um shopping no interior do país.