primeiro turno

França vai às urnas neste domingo com fortalecimento da extrema direita

Um estudo do OpinionWay revelou que o partido Reunião Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen, poderia obter até 37% dos votos; Macron ocupa apenas o terceiro lugar nas preferências eleitorais, com 20% das intenções de voto

Na manhã deste domingo (30), as urnas na França foram abertas marcando mais um capítulo nas eleições parlamentares.
Os partidos de Macron e Marine Le Pen disputam a governança do país – Crédito: Reprodução/X

Na manhã deste domingo (30), as urnas na França foram abertas marcando mais um capítulo nas eleições parlamentares. Uma disputa particularmente polarizada se destaca com a possível ascensão do partido Reunião Nacional (RN), liderado por Marine Le Pen, frente a um cenário político agitado. Tanto o presidente francês, Emmanuel Macron, quanto Le Pen já marcaram presença nas urnas.

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Neste sistema semipresidencialista peculiar da França, o partido ou coalizão vitorioso no Parlamento é crucial pois define o primeiro-ministro que governará juntamente com o presidente, sendo este último eleito diretamente em um pleito diferenciado. Caso exista uma divergência partidária entre presidente e primeiro-ministro, o país experimenta uma “coabitação”, o que ocorreu apenas três vezes na história francesa.

Gabriel Attal, atual primeiro-ministro e membro da coalizão governista, pode ser substituído por Jordan Bardella, líder do partido de extrema direita Reunião Nacional (RN) e aliado de Le Pen, caso as previsões eleitorais se confirmem. Bardella, com apenas 28 anos, surge como o favorito para assumir o posto, segundo as últimas pesquisas.

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Um recente estudo conduzido pelo instituto francês OpinionWay revelou que o RN poderia obter até 37% dos votos, marcando um crescimento de dois pontos percentuais em relação à pesquisa da semana anterior. Enquanto isso, o partido de Macron ocupa apenas o terceiro lugar nas preferências eleitorais, com 20% das intenções de voto, o que representa uma queda de dois pontos desde a última análise.

A coligação NFP, que inclui socialistas, comunistas, ambientalistas e o radical França Insubmissa (LFI), já anunciou que irá retirar seus candidatos caso fiquem em terceiro lugar no primeiro turno das eleições, com o objetivo de fortalecer a candidatura governista e impedir o avanço da extrema direita. As eleições parlamentares são realizadas em dois turnos, um neste domingo e o outro, em 7 de julho.

Impacto de uma França sob influência da extrema direita

Historicamente, a extrema direita na França, sob a liderança de figuras como Jean-Marie Le Pen, foi marcada por posturas xenofóbicas e racistas. Marine Le Pen, desde que assumiu o partido em 2011, tem tentado redirecionar algumas dessas posturas, defendendo pontos anti-imigração e mostrando certa proximidade com políticas russas, especialmente no contexto da guerra na Ucrânia. Essa mudança de táticas aponta para uma estratégia de moderar a imagem do partido, embora muitos críticos ainda apontem preocupações profundas quanto às suas verdadeiras intenções e políticas.

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Além de possíveis mudanças drásticas na política doméstica, uma liderança do RN poderia reorientar a política exterior da França, particularmente no que diz respeito ao apoio à Ucrânia e às políticas ambientais. Inspirando-se em lideranças como a italiana Giorgia Meloni, que mantém um discurso climático ambíguo, Le Pen poderia reduzir o foco em questões ambientais a favor de uma agenda mais industrial e menos regulada.

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