Fundador do TikTok renuncia e continua êxodo de CEOs na China

Zhang Yiming anunciou que está deixando a empresa. Ele é o terceiro CEO de uma empresa de tecnologia chinesa a renunciar nos últimos meses

verstappen-vence-em-monaco-e-supera-hamilton-no-mundial-de-formula-1

O fundador do TikTok deixará seu cargo no final de 2021. Zhang Yiming fundou a ByteDance, conglomerado chinês dono do aplicativo de vídeos curtos, em 2012. Durante o ano passado, em meio à pandemia, o TikTok teve um crescimento inesperado, mas também vários problemas em países como os Estados Unidos e a Índia.

Publicidade

Zhang, atual CEO do TikTok, escreveu uma carta que foi divulgada a todos os funcionários da empresa. “Cheguei à conclusão que, ao sair do dia-a-dia da empresa, os resultados de longo prazo serão positivos”, explicou aos trabalhadores.

Além disso, o fundador do TikTok garantiu que continuará realizando atividades, mas com foco no desenvolvimento cultural e social do aplicativo. Até o momento não divulgaram seu novo papel, mas indicaram que não será relacionado a questões de desenvolvimento tecnológico ou financeiro.

O novo CEO do TikTok

Na carta que escreveu, Zhang Yiming revelou que o novo CEO do TikTok será Liang Rubo. Até agora, tem sido o Gerente de Recursos Humanos e também esteve presente na fundação da ByteDance.

Espera-se que Rubo consiga manter melhores relações com países como os Estados Unidos e a Índia, onde o aplicativo foi banido ou houve tentativa de bani-lo por acusações de espionagem e falta de segurança. O caso mais relevante ocorreu no ano passado, quando o então presidente Donald Trump ameaçou fechar o TikTok nos Estados Unidos se a empresa não fosse vendida. Com Joe Biden, esse plano foi interrompido e até o momento não há novidades.

Publicidade

Nesse sentido, o TikTok nomeou Kevin Mayer como CEO em 2020. O norte-americano e ex-Disney tinha como objetivo melhorar a imagem internacional do aplicativo, mas após alguns meses renunciou ao cargo.

Êxodo de CEO na China

Zhang Yiming, fundador do TikTok, é o terceiro CEO de uma empresa chinesa a deixar seu cargo nos últimos meses. De um lado está Jack Ma, um dos homens mais ricos do mundo, com patrimônio de US$ 45 bilhões, segundo a revista Forbes.

Embora tenha deixado o cargo de CEO da Alibaba (dedicada às vendas online) em 2015, ele continuou como presidente até 2019. Naquele ano, ele anunciou que estava deixando a empresa porque “não queria morrer no escritório”. Mas mesmo depois da sua festa de despedida, que aconteceu em um estádio com 100 mil pessoas, ele continuou estando presente no dia a dia da Alibaba (que hoje tem um valor de mercado de US$ 500 bilhões).

Publicidade

Pelo menos até o final de 2020, quando desapareceu por três meses. Correram até rumores de que ele havia tido certas divergências com o regime político do seu país e que por isso nada se sabia sobre ele. Finalmente, no início deste ano, ele foi visto em um campo de golfe, mas no que diz respeito à Alibaba, ele não tem mais nenhum envolvimento.

Um dos concorrentes mais fortes da Alibaba na Ásia é a Pinduoduo. Seu CEO era Colin Huang, mas ele também deixou seu cargo em março para se dedicar ao “desenvolvimento de melhores condições de vida por meio de inovações tecnológicas”. Huang tem apenas 41 anos e uma fortuna estimada pela Forbes em US$ 40 bilhões.

Um dos motivos que podem explicar esse êxodo é a recente política do governo chinês de colocar limites à expansão das empresas de tecnologia. A Alibaba foi multada em quase US$ 3 bilhões por práticas monopolísticas, enquanto outras empresas como a Tencent sofreram multas por valores semelhantes por não se adaptarem às regulamentações do mercado.

Publicidade

Por Agustín Jamele

*Texto publicado originalmente no site Perfil Argentina.

Publicidade

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.