No fim de semana, negociadores dos Estados Unidos, Israel e Hamas fizeram progressos significativos em um potencial acordo de cessar-fogo em Gaza, segundo informações de um alto funcionário americano envolvido nas conversas em Cairo, Egito, em entrevista à CNN.
As discussões englobaram os detalhes finais de um possível acordo, incluindo a lista de prisioneiros a serem trocados. Embora um acordo final ainda não esteja garantido, as conversas sobre pontos fundamentais parecem estar avançando, informou a autoridade.
Os mediadores trabalharam incessantemente para atender às exigências do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e do grupo Hamas. Apesar dos desafios restantes, os negociadores veem um caminho viável para superar esses obstáculos.
מי שפוגע בנו – אנחנו פוגעים בו. pic.twitter.com/KsoHJbhsCx
— Benjamin Netanyahu – בנימין נתניהו (@netanyahu) August 25, 2024
Desafios na negociação do cessar-fogo em Gaza
Um dos principais desafios é a presença militar israelense na fronteira de Gaza com o Egito, especificamente no corredor da Filadélfia. O Hamas opõe-se à permanência de tropas israelenses durante a fase inicial de um acordo de cessar-fogo.
A proposta atual sugere que as Forças de Defesa de Israel (FDI) retirem-se de áreas densamente povoadas em Gaza, mas ainda há debate sobre quais partes qualificam-se como tais. O debate é crucial para determinar quais áreas as FDI manterão presença durante as fases iniciais do acordo.
Como o Hamas está respondendo?
No último domingo (25), a delegação do Hamas deixou o Cairo reiterando que qualquer acordo deve contemplar um cessar-fogo permanente, a retirada completa da Faixa de Gaza, o retorno dos residentes expulsos, ajuda humanitária e reconstrução, além de uma troca substancial de prisioneiros. No entanto, um representante dos Estados Unidos destacou que, apesar das declarações públicas do Hamas, há otimismo de que o grupo seja mais flexível sobre a presença israelense nas fases iniciais do acordo.
Quais são os próximos passos nas negociações?
O acordo proposto inclui um significativo aumento de ajuda humanitária, além do compromisso de remoção de escombros e início da reconstrução para aliviar o sofrimento dos moradores de Gaza. Os negociadores estão esperançosos que o líder do Hamas, Yahya Sinwar, receba e analise a mais recente proposta nos próximos dias.
Mesmo com a comunicação limitada, autoridades americanas estão confiantes de que as conversas no Cairo foram “construtivas e conduzidas com o espírito de que todas as partes chegariam a um acordo final e implementável”. As negociações continuarão nas próximas semanas para resolver os pontos pendentes.
Crise humanitária em Gaza
A continuidade das negociações no Cairo, apesar de confrontos entre Israel e o grupo libanês Hezbollah, trouxe algum alívio. Ataques do Hezbollah foram amplamente neutralizados pelas forças israelenses, o que pode diminuir a pressão sobre Israel para concessões adicionais.
A crise humanitária em Gaza permanece grave, com fome, escassez de água e doenças. A guerra entre Israel e Hamas causou a morte de mais de 40.435 palestinos e ferimentos em outros 93.534, conforme dados do Ministério da Saúde local.
Os ataques israelenses começaram após o Hamas atacar o sul de Israel em 7 de outubro, resultando na morte de cerca de 1.200 pessoas e no sequestro de mais de 250 israelenses. Atualmente, 109 israelenses permanecem reféns em Gaza, incluindo 36 considerados mortos.
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