Descontentamento dos trabalhadores

Greve ferroviária é a maior em 30 anos no Reino Unido

As greves ferroviárias podem marcar um “verão de descontentamento”, segundo os sindicatos. Os trabalhadores ferroviários devem continuar em greve nesta terça (20), quinta (23) e sábado (25).

Greve ferroviária é a maior em 30 anos do Reino Unido
Ferroviária do Reino Unido (Crédito: Dan Kitwood/ Equipa)

Milhares de funcionários saíram em uma disputa por salários e empregos, nesta terça-feira (21), para abrir caminho para uma ação coletiva trabalhista nos próximos meses, dando início a maior greve ferroviária do Reino Unido em 30 anos. O metrô de Londres acabou sendo fechado por conta da greve paralela. 

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Os trabalhadores ferroviários, que devem continuar em greve nesta terça (20), quinta (23) e sábado (25), se reuniram em piquetes desde o amanhecer, deixando os trens paralisados e as principais estações desertas. No entanto, sob pressão, o primeiro-ministro Boris Johnson disse que a ação coletiva prejudica as empresas conforme continuam se recuperando da pandemia. 

As greves ferroviárias podem marcar um “verão de descontentamento“, segundo os sindicatos. Com mais de 44 mil trabalhadores de coleta de lixo, professores, médicos e até advogados juntos em uma ação coletiva, os preços crescentes de alimentos e combustíveis empurram a inflação para 10%. Mick Lynch, secretário-geral dos Trabalhadores Ferroviários, Marítimos e de Transporte (RMT), informa à Sky News que “o trabalhador britânico precisa de um aumento salarial”

Boris Johnson se posicionou contra os sindicatos, dizendo que estavam prejudicando as pessoas que alegavam estar ajudando. “Ao seguir em frente com essas greves ferroviárias, eles estão afastando os passageiros que, em última análise, apoiam os empregos dos trabalhadores ferroviários, ao mesmo tempo em que impactam empresas e comunidades em todo o país”, disse. 

Entretanto, o governo enfrentou críticas de parlamentares por se negarem a se envolver nas negociações para o fim da greve. Os ministros acreditam que é uma questão para os sindicatos resolverem junto com os empregadores ferroviários. A pesquisa feita pela YouGov no início deste mês mostra que a opinião pública sobre a ação está dividida. Cerca de metade dos entrevistados se opuseram à greve e pouco mais de um terço disse que apoiava.   

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Leo Rudolph, advogado de 36 anos, caminhava para o trabalho e disse à Reuters que ficaria mais insatisfeito quanto mais durasse a disputa. “Isso não vai ser uma ocorrência isolada, certo?”, diz ele. “Certamente ficarei mais frustrado cada vez que isso acontecer.”

O primeiro-ministro Boris Johnson publicou um vídeo em seu perfil do Twitter falando sobre as greves e como legenda escreveu que “as greves de hoje são erradas e desnecessárias”. 

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