
O grupo islamista Hamas declarou nesta terça-feira que “condena veementemente” os planos do presidente Javier Milei de transferir a Embaixada da Argentina em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.
Segundo o Hamas, essa mudança representaria “uma violação dos direitos do nosso povo palestino à sua terra e uma transgressão das normas do direito internacional, considerando Jerusalém como terra palestina ocupada.”
O grupo Hamas está envolvido em um conflito com Israel na Faixa de Gaza desde outubro, onde governa desde 2007. Em retaliação aos ataques, Israel iniciou bombardeios na Faixa de Gaza, resultando em mais de 27 mil mortes por ataques aéreos e terrestres.
Israel alega que 132 reféns ainda estão retidos em Gaza pelo grupo islâmico, dos quais pelo menos 27 estão presumivelmente mortos.
O presidente Milei fez o anúncio da mudança ao desembarcar do avião no Aeroporto Ben Gurión, próximo a Tel Aviv. “É claro que meu plano é transferir a embaixada para Jerusalém ocidental”, disse o presidente logo após ser recebido pelo ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz.
Em sua segunda viagem ao exterior desde que assumiu a presidência, Milei afirmou que deseja expressar seu “apoio ao povo de Israel” e “defender a legítima defesa” do Estado hebraico.
🇦🇷🇮🇱 AGORA: Em viagem à Israel, Javier Milei diz que vai transferir a Embaixada da Argentina no país para Jerusalém.pic.twitter.com/IKFkfsH3zH
— Eixo Político (@eixopolitico) February 6, 2024
A Argentina poderia ser um dos poucos países a mudar sua embaixada de Tel Aviv para Jerusalém
Atualmente, a embaixada argentina localiza-se em Herzliya, perto de Tel Aviv, onde a maioria das representações diplomáticas situam-se. Se Milei cumprir sua promessa, a Argentina se tornaria um dos poucos países a ter sua principal missão diplomática em Jerusalém.
Além disso, Milei seguiria os passos do ex-presidente Donald Trump, que em 2018 ordenou a transferência da embaixada dos Estados Unidos após reconhecer Jerusalém como cidade sob autoridade israelense desde então, embora os palestinos reivindiquem a parte oriental como a capital de seu futuro Estado.
As Nações Unidas conceberam um estatuto internacional especial para Jerusalém em 1947, dada a sua importância para judeus, cristãos e muçulmanos. No entanto, a cidade ficou dividida após a guerra que se seguiu à declaração de independência de Israel em 1948.
Israel tomou Jerusalém Oriental da Jordânia durante a Guerra dos Seis Dias em junho de 1967. Posteriormente a anexou, considerando toda a cidade como a capital indivisível do Estado.
O gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu recebeu a informação com felicidade, representando um respaldo diplomático à reivindicação israelense sobre Jerusalém como sua capital indivisível.