Um novo acordo de cessar-fogo de 40 dias na Faixa de Gaza foi proposto pelo Egito, em parceria com Israel, ao grupo terrorista Hamas. O documento, apresentado nesta segunda-feira (29), propõe, em um primeiro momento, a libertação de 33 reféns, prioritariamente mulheres, soldadas israelenses, idosos e enfermos. Anteriormente, o país demandava a soltura de pelo menos 40 capturados. Em troca, Israel promete liberar centenas de palestinos presos no país.
Em uma segunda fase, estipula-se uma denominada “restauração da calma sustentável”, que, segundo fontes à CNN Internacional, significa “um acordo para um cessar-fogo permanente sem chamá-lo assim”.
O ministro de Relações Internacionais do Egito, que vem tomando o papel de mediador do conflito do Catar, Sameh Shoukry, demonstrou otimismo. “Acreditamos que a proposta levou em conta as posições de ambos os lados, tentou extrair moderação de ambos os lados e esperamos uma decisão final”.
“Há fatores que terão impacto em ambos os lados. Mas espero que todos possam estar à altura da ocasião e reconhecer que não podemos ter a situação de perda de vidas constante”, completou.
Após reunião extraordinária do Fórum Econômico Mundial, em Riad, na Arábia Saudita, o ministro de Relações Internacionais do Reino Unido, David Cameron, disse que espera que “o Hamas aceite este acordo e, francamente, toda a pressão e olhos do mundo deviam estar sobre eles dizendo ‘aceitem o acordo'”. Mais cedo, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, também salientou que se trata de um acordo “extraordinariamente gentil por parte de Israel” e que o grupo precisa aceitá-lo.
Saudi Crown Prince Mohammed bin Salman and I met in Riyadh to discuss efforts to achieve lasting peace and security through greater integration in the Middle East. We will continue to work to prevent the further spread of the conflict. pic.twitter.com/SJI4PGYfVK
— Secretary Antony Blinken (@SecBlinken) April 29, 2024
Líder do Hamas cita “problemas” com acordo de cessar-fogo
Osama Hamdan reiterou que as demandas do Hamas incluem a retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza, a possibilidade de palestinos deslocados retornarem a seus vilarejos e o aumento do fluxo de auxílio humanitário na região.
Para o líder do grupo, estas questões não foram abordadas por Israel e as considera “sérias”. “Eles não querem um cessar-fogo completo e não estão falando, em um tom sério, sobre a retirada de Gaza. Na verdade, eles ainda mencionam sua presença […] o que significa que continuarão ocupando Gaza“, disse Hamdan, completando que apresentarão questões para os mediadores e, “se as respostas forem positivas”, o acordo pode seguir.
Ele também rebateu a declaração de Blinken e disse que “parar os ataques aos palestinos não é generoso. O próprio ataque é um crime. Então, quando se para um crime, você não pode alegar que é uma ação generosa por parte de Israel”.