O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, afirmou nesta quinta-feira (26), que não aceitará a proposta de cessar-fogo com o grupo extremista libanês Hezbollah, feita por Estados Unidos e França. “Não haverá cessar-fogo no norte [de Israel]. Nós vamos continuar lutando contra a organização terrorista Hezbollah com toda a nossa força até a vitória e o retorno seguro dos moradores do norte para suas casas”, escreveu Katz na rede social X.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou, mais cedo, que não respondeu à proposta das potências ocidentais para uma trégua de 21 dias. A iniciativa, sugerida por Estados Unidos e França, busca frear a escalada do conflito e abrir espaço para negociações diplomáticas.
Escalada do conflito entre Israel e Hezbollah
Israel tem realizado exercícios militares perto da fronteira com o Líbano, aprimorando sua prontidão operacional para um possível combate terrestre. As Forças de Defesa de Israel (IDF) têm intensificado os ataques aéreos, atingindo instalações de armazenamento de armas e mísseis prontos para uso na região de Bekaa.
As Forças de Defesa de Israel informaram que realizaram um exercício de treinamento de invasão por terra, preparando as tropas para cenários de combate em território inimigo. A intenção é evitar surpresas e assegurar que as operações ocorram com a máxima eficiência.
Consequências dos ataques recentes
Nesta semana, ataques aéreos israelenses mataram ao menos 23 sírios em um edifício na cidade libanesa de Younine. Segundo testemunhas e autoridades locais, a maioria das vítimas eram mulheres e crianças. O prédio de três andares foi destruído, deixando também oito pessoas feridas.
A ofensiva não se limitou a Younine. Cerca de 75 alvos do Hezbollah no Líbano foram atingidos, incluindo locais de armazenamento de armas. A resposta de Israel a esses ataques é justificada como uma medida de segurança para impedir futuros lançamentos de mísseis contra o território israelense.
Como os líderes estão respondendo à crise?
O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, acusou Israel de matar civis indiscriminadamente e sobrecarregar os hospitais libaneses com feridos, incluindo mulheres e crianças. Em discurso na reunião do Conselho de Segurança da ONU, Mikati exigiu um cessar-fogo imediato e afirmou que os libaneses rejeitam a guerra, aspirando pela estabilidade.
Por outro lado, o enviado de Israel nas Nações Unidas, Danny Danon, defendeu as ações do país como um direito de autopreservação. Danon garantiu que os ataques são executados com precisão contra alvos específicos do Hezbollah, e acusou o Irã de ser a principal fonte da violência na região.
Contexto histórico entre Israel e Hezbollah
A relação entre Israel e Hezbollah já foi marcada por uma guerra em 2006, e o conflito voltou a se intensificar em outubro de 2023 após um ataque do Hamas em Israel. Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas e bombardeou a Faixa de Gaza. Desde então, o Hezbollah tem lançado foguetes contra Israel em demonstração de apoio ao Hamas.
Na semana passada, em uma ação coordenada, pagers e walkie-talkies usados por membros do Hezbollah explodiram, por operações israelenses. O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, expôs preocupações sobre o risco de uma nova guerra total na região. Segundo Guterres, o Líbano está “à beira do precipício” e é vital que a comunidade internacional trabalhe para impedir uma deterioração ainda maior da situação.
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