O debate acontecerá na Pensilvânia, um dos sete estados-pêndulo que podem determinar o resultado das eleições. O local escolhido foi a cidade da Filadélfia. Kamala Harris se prepara intensamente para o debate em um hotel de Pittsburgh, enquanto Donald Trump continua com suas aparições públicas.
O programa de 90 minutos, transmitido pelo canal ABC a partir das 21h no horário local (22h de Brasília) desta terça-feira, 10, pode ser o único debate entre os dois candidatos. Até o momento, não há outro debate previsto.
Com eleições marcadas para 5 de novembro, tanto Harris quanto Trump têm muito a ganhar e a perder. “Harris e Trump não têm motivos para correr grandes riscos”, prevê o analista Joshua Zive ao G1, referindo-se às pesquisas que mostram uma disputa equilibrada a apenas dois meses das eleições.
O analista de mídia Mark Feldstein, da Universidade de Maryland, destaca ao G1 que “os riscos são maiores para Harris do que para Trump porque ele já é muito conhecido, enquanto ela ainda precisa se apresentar para a maioria das pessoas”. Harris, primeira mulher e primeira pessoa negra e de origem asiática no cargo, enfrenta desafios significativos.
As perspectivas para o debate entre Kamala e Trump
A vice-presidente Kamala Harris terá que lutar contra a percepção sexista de que uma mulher assertiva é estridente. A professora Rebecca Gill, da Universidade de Nevada, menciona ao G1 que Harris pode usar sua experiência como ex-promotora contra o primeiro ex-presidente americano condenado por acusações criminais.
Andrew Koneschusky, ex-porta-voz do senador democrata Chuck Schumer, aconselha Harris a não perder tempo tentando desmascarar todas as afirmações falsas de Trump. “Ela deve se concentrar em manter seu próprio ritmo e plano”, comenta ao G1.
Já com relação ao republicano, sua experiência em debates pode ser um trunfo. Trump já participou de seis debates presidenciais, incluindo um memorável contra Joe Biden em junho, onde conseguiu desestabilizar o atual presidente em vários momentos.
Estrutura do evento e seu peso nas eleições
O debate na Filadélfia terá regras rigorosas: o tempo de uso da palavra será cronometrado, não haverá notas nem público presente, e apenas o microfone do candidato que fala estará aberto. Inicialmente, a equipe de Harris queria que os microfones permanecessem ligados durante todo o debate, mas os republicanos preferiram manter o sistema adotado em junho.
John Mark Hansen, professor de Ciências Políticas na Universidade de Chicago, não acredita que os debates tenham um impacto significativo, argumentando ao G1 que “as pessoas que assistem já têm preferências muito fortes”. Por outro lado, Erin Christie, professora de Comunicação na Universidade Rutgers, discorda: “Este será um debate muito esclarecedor e, talvez, decisivo para as eleições. Liguem as televisões!”, salienta ao G1.
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