A junta militar que comanda Mianmar desde 2021 condenou a líder deposta e vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 1991, Aung San Suu Kyi, a mais de seis anos de prisão, por alguns processos que envolvem corrupção, abuso de poder e incitação contra autoridades.
A decisão não agradou a União Europeia (UE), que classificou a sentença como “injusta”. O governo dos Estados Unidos também não gostou da “afronta à Justiça e ao Estado de direito”. Suu Kyi está presa desde fevereiro de 2021, quando o general Min Aung Hlaing tomou o poder.
O tribunal militar anunciou a sentença em uma reunião que aconteceu a portas fechadas e, segundo a agência Bloomberg, Suu Kyi estava “forte e estável” e anunciou que vai recorrer.
Mesmo com o grande tempo confinada, Aung San é uma popular figura política de Mianmar. Seus aliados comandam uma frente que prega um levante armado contra a junta militar.
De acordo com uma ONG do país, mais de 2,2 mil civis foram mortos desde fevereiro de 2021, e mais de 15 mil foram presos e submetidos a torturas e violações. Segundo os militares, o golpe foi motivado por fraudes nas eleições de 2020, quando Aung San Suu Kyi venceu de forma arrasadora.
A líder deposta de Mianmar ainda enfrentará outras nove acusações, que, se somadas, podem chegar a até 122 anos de prisão.
🇲🇲 | A ex-governante birmanesa Aung San Suu Kyi, já condenada a 11 anos de prisão, foi sentenciada a uma pena adicional de seis anos de detenção por corrupção, informou a AFP. pic.twitter.com/Sqwe8ud3pU
— OHF News (@OHFNews) August 15, 2022