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Lula sobre Israel: “É preciso parar a carnificina em nome da sobrevivência da humanidade”

“A indiferença da comunidade internacional é chocante”, disse o presidente durante discurso na Celac

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a criticar as ações do Exército de Israel contra os palestinos na Faixa de Gaza.
Lula durante a Celac – Créditos: Ricardo Stuckert

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a criticar as ações do Exército de Israel contra os palestinos na Faixa de Gaza. Durante seu discurso na 8ª edição da reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), o presidente pediu um movimento para acabar com o “genocídio”.

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“As pessoas estão morrendo na fila para obter comida. A indiferença da comunidade internacional é chocante. Eu quero aproveitar a presença do nosso querido companheiro secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, para propor uma moção da Celac pelo fim imediato desse genocídio”, declarou.

“Nossa dignidade e humanidade estão em jogo. Por isso, é preciso parar a carnificina em nome da sobrevivência da humanidade, que precisa de muito humanismo”, completou.

Lula aproveitou a ocasião para apelar para que a ONU utilize o artigo 99 Carta da ONU, que permite que o secretário-geral da entidade convoque uma reunião do Conselho de Segurança para a discussão de um assunto que ameace a paz internacional.

O Conselho de Segurança são China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos, com mais dez membros rotativos, inclusive o Brasil. Já houve debates sobre o assunto e, em três ocasiões, os EUA vetaram uma resolução de cessar-fogo. “Quero pedir aos cinco membros permanentes do conselho de segurança da ONU que deixem de lado suas diferenças e ponham fim a essa matança”, disse Lula.

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Mais de cem mortos

Na última quinta-feira (29 de fevereiro), mais de cem pessoas morreram e 760 pessoas ficaram feridas em uma ação de entrega de comida em Gaza. O Hamas, grupo que controla a região, acusa o exército israelense de efetuar disparos contra a população.

O Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Nacional Palestina afirmou que o desastre é “resultado de bombardeios israelenses e disparos deliberados”.

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Por outro lado, as Forças de Defesa Israelenses (IDF, em inglês) negam qualquer envolvimento nas mortes e afirmam estar investigando o caso. Para os israelenses, quando os veículos carregando mantimentos entraram em Gaza, por meio da rotatória de Nablus, a multidão de milhares se aglomerou em volta e começou a saquear a comida. Nessa confusão, pessoas foram pisoteadas e mortas.

O Itamaraty, Ministério de Relações Exteriores brasileiro, divulgou uma nota criticando Benjamin Netanyahu e a conduta israelense no conflito:

“O governo Netanyahu volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal. E cabe à comunidade internacional dar um basta para, somente assim, evitar novas atrocidades. A cada dia de hesitação, mais inocentes morrerão”, diz trecho do comunicado.

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