Enquanto avançam as investigações sobre o caso de Emmily Rodrigues Santos Gomes, a modelo brasileira que morreu ao cair do sexto andar de um prédio na Argentina, foram divulgadas fotos do apartamento de Francisco Sáenz Valiente, onde aconteceu a festa que estava antes de morrer. O Ministério Público está analisando provas para saber se foi um acidente ou se foi um “feminicídio”.
A aparição dessas imagens foi uma contribuição de Brenda, uma das amigas da vítima, que apontou que a cena não condiz com a versão do empresário, único réu do caso, que recentemente recuperou a liberdade. Conforme Sáenz declarou à Justiça, a jovem teve um “surto psiquiátrico”, ficou “agressiva” e se jogou de uma janela.
Quando caiu, Emmily estava nua. Segundo o acusado, ao tentar impedi-la de “pular” ele agarrou a calça dela, que teria rasgado. “Agora sabemos que é mentira, porque nas fotos dá para ver que a calça não estava perto da janela”, disse Brenda ao canal TN, que teve acesso às imagens.
O material vem das incursões que a Polícia da Cidade de Buenos Aires realizou no apartamento de Sáenz Valiente, em busca de provas. Em uma das fotos é possível ver a roupa do estudante de medicina em cima da cama e em um móvel.
A amiga da vítima garantiu ainda que “as calças são muito delicadas, assim que as puxas, as correntes dos lados já se partem”. Nesse sentido, acrescentou que “as calças de Emily estavam cem por cento intactas”.
“Minha teoria é que Emmily foi anestesiada para ser estuprada, mas como a anestesia dura entre 60 e 90 minutos, ela acordou mais cedo e começou a pedir ajuda”, disse a jovem, que acompanha a família da vítima durante a investigação. A presunção surge depois do conhecimento da gravação de uma das chamadas feitas para o 911, onde ao fundo se ouve uma mulher – que se presume ser Emmily – a gritar “Por favor (…) fui furada! Por favor!”.
Em outra operação, as autoridades apreenderam três seringas e uma delas continha “um líquido” que ainda não foi identificado.
A amiga da modelo também tinha como alvo a testemunha identificada como Juliana, uma das quatro mulheres que estavam no apartamento. Ela seria a única que ficaria com o empresário quando Emmily caiu, já que as outras duas jovens – “Dafne” e “Lía” – se retiraram antes do ocorrido.
“Ela é uma médica que também deveria estar na cadeia. mentiras; se declara a favor do empresário porque ele é uma figura de proa para ele, eles têm uma relação muito próxima”, Brenda contou. Ela também afirmou que Juliana conhecia Rodrigues “desde os 17 anos”, mas supostamente quando a polícia chegou ao local “ela disse a eles que não sabia quem ele era”.
Familiares da jovem brasileira relataram que ela não tinha “espírito suicida” nem passava por uma fase “difícil”, ao mesmo tempo que sustentavam que ela não era viciada em drogas. “Ela foi a um after party e acabou morta”, disseram sobre o encontro em que as testemunhas reconheceram que havia uso de álcool e drogas, embora não tenham sido encontrados durante as buscas no imóvel.
No entanto, de acordo com a autópsia realizada pelo legista Héctor Di Salvo, foi determinado que os ferimentos de Rodrigues foram causados pela queda e não há lesões derivadas de uma possível defesa. Ela foi transferida para o hospital com diagnóstico de “politraumatismo e traumatismo craniano” e não foi encontrada nenhuma lesão compatível com punção de seringa.
Além disso, são esperados os resultados do exame de sangue e das amostras sob as unhas da vítima para a análise toxicológica, que ficará pronta nos próximos dias.
FP CP