ARGENTINA

Muita chuva, preços baixos: o ‘pacote’ que complica as vendas da safra

Inundações estão impedindo a realização da colheita do milho, grão com o qual os produtores esperavam obter lucro

Muita chuva, preços baixos: o ‘pacote’ que complica as vendas da safra
Muita chuva, preços baixos: o ‘pacote’ que complica as vendas da safra – Crédito: Reprodução/Ministério da Agricultura

Preços em queda e chuvas em alta têm prejudicado as vendas da safra na Argentina. Nas últimas semanas, as precipitações têm fornecido água que alguns cultivos precisavam, como a soja.

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Mas em outros casos têm complicado a vida dos produtores e do próprio governo, pois a mercadoria não chega aos portos.

Além disso, as inundações estão impedindo a colheita do milho, o grão com o qual os produtores esperavam fazer lucro. O produtor tem se mostrado relutante em vender. De acordo com dados de Salvador Di Stéfano, não foi vendido mais de 2% da safra esperada de soja e menos de 10% da de milho.

Fortes chuvas afetam a safra

Com os milímetros de chuva dos últimos dias e as fortes tempestades que têm assolado todo o país, os analistas do setor agropecuário já estão calculando o impacto que essa inundação terá nas safras de grãos.

Nos últimos seis dias, as chuvas se concentraram novamente no leste da região, então estamos vendo excesso de água nessas áreas“, disse à Perfil.com Marina Barletta, analista da Guia Estratégica para o Agro da Bolsa de Rosário.

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Há localidades que já superaram os 300 milímetros neste mês; por exemplo, Bigand, Santa Teresa, e lá estão sendo observadas áreas de soja alagadas“, comentou. Porém, a especialista esclareceu que será necessário esperar mais alguns dias para ver o impacto das chuvas e avaliar o nível de danos causados pelas inundações nas plantações.

Até o momento, podemos dizer que há atraso na colheita do milho, pois esses dias de alta umidade, de instabilidade, atrasam a redução da umidade dos grãos, portanto, a colheita está atrasada“, afirmou.

No caso da soja de primeira safra, Barletta mencionou que essas chuvas não trariam grandes benefícios porque os grãos já estão chegando à última etapa de seu ciclo, então essas chuvas praticamente não trazem benefícios, exceto para algumas áreas que estão mais atrasadas.

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Quanto aos possíveis benefícios para a soja de segunda safra e o milho tardio, ela apontou que “poderiam melhorar o enchimento dos grãos, mas sempre falando de áreas que não estão excessivamente úmidas“.

Para o futuro, a analista explicou que são esperados cinco dias de melhoria no tempo: “Temos esse intervalo de chuvas para ver o que acontece com a colheita de milho, para ver se podemos entrar ou não nas áreas para começar a colher“.

Mercado relutante

Além da questão climática, Di Stéfano explicou que o aspecto comercial é uma preocupação, já que os produtores quase não venderam a safra esperada. “As últimas chuvas vão trazer algum problema, e uma praga de gafanhotos está complicando o milho tardio com perdas muito fortes no norte argentino“, alertou.

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No entanto, a informação sobre a safra estimada e a mercadoria vendida a preço fixo mostra que os agricultores não veem com bons olhos nem o preço da soja, nem o preço do dólar. Apenas 1,6% da safra esperada foi vendida a preço fixo“, disse o economista.

*A reportagem completa você encontra em Perfil.com

* Matéria publicada com supervisão de Ricardo Parra.

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