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Netanyahu diz que fará operação em Rafah, mesmo sem apoio dos EUA

Enquanto Blinken faz a visita na região para apoiar as negociações de trégua, Israel tem dado continuidade aos ataques aéreos ao sul de Gaza

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Faixa de Gaza – Crédito Getty Images

“Eu disse a ele que espero que façamos isso com o apoio dos EUA, mas se for necessário, faremos isso sozinhos”, foi o que declarou Benjamin Netanyahu sobre a operação em Rafah, após conversa com o principal diplomata norte-americano.

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O primeiro-ministro de Israel comunicou que está disposto a enviar tropas para a cidade do sul de Gaza mesmo sem o apoio dos Estados Unidos. Ele argumentou que não há outra maneira de derrotar o Hamas. Já Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, alertou, nesta sexta-feira (22), que Israel estaria correndo o risco de se “isolar ainda mais”.

Durante sua visita a Israel, Blinken informou aos jornalistas que teve discussões diretas, mencionando suas reuniões com Netanyahu e o gabinete de guerra. Ele alertou que uma operação em Rafah por via terrestre poderia resultar em mais mortes de civis, danos à ajuda humanitária e aumentar o isolamento internacional do país, colocando em risco sua segurança e posição a longo prazo.

A continuidade dos ataques e a relação estremecida entre Israel e os EUA

Enquanto Blinken faz a visita na região para apoiar as negociações de trégua, Israel tem dado continuidade aos ataques aéreos em Rafah e nos arredores no sul de Gaza.

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Nesta sexta-feira (22), as forças israelenses persistiram nos ataques ao Hospital al-Shifa, o maior centro médico da região, pelo quinto dia consecutivo. O exército de Israel prendeu cerca de 240 pacientes e dez profissionais de saúde, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Israel afirmou ter eliminado mais de 150 terroristas nessas instalações durante sua operação em curso, enquanto o Hamas denunciou a ação, classificando-a como criminosa.

Como resultado, as relações entre a administração Biden e Netanyahu têm estremecido. Os EUA têm apelado para Israel facilitar mais a entrada de ajuda humanitária em Gaza, onde as agências humanitárias alertam para uma situação de extrema carência alimentar. Apesar de algumas medidas positivas terem sido tomadas recentemente para permitir a entrada de ajuda, Blinken afirmou que essas ações ainda não são suficientes.

Segundo Marwan Bishara, analista político da Al Jazeera, há uma sensação crescente de que Israel vive um processo de isolamento. “Acho que os Estados Unidos podem usar isso contra Israel porque basicamente Israel hoje tem apenas um amigo… e esse amigo são os Estados Unidos”, afirmou.

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*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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