apelo por trégua

Antony Blinken se reúne com autoridades árabes e pede apoio à solução de dois Estados

Essa é a sexta visita do secretário norte-americano ao Oriente Médio desde o início do conflito no ano passado

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Antony Blinken – Crédito: Getty Images

Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, se reuniu com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, e com o presidente egípcio, Abdel Fattah el-Sisi, onde reiterou o apelo por uma trégua na guerra em Gaza e pelo apoio à solução de dois Estados. Estas reuniões com autoridades árabes fazem parte da sexta visita de Blinken ao Oriente Médio desde o início do conflito.

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Blinken enfatizou a importância de abordar de forma urgente as necessidades humanitárias em Gaza. Segundo comunicado do Departamento de Estado, o secretário “reafirmou o compromisso dos Estados Unidos em alcançar um fim duradouro para a crise em Gaza e no estabelecimento de um futuro Estado palestino com garantias de segurança para Israel. Ele também discutiu negociações em torno de um cessar-fogo imediato ao longo de pelo menos seis semanas, além da libertação de todos os reféns.

A relação entre Israel e os países árabes

Durante a reunião com as autoridades árabes, Blinken trouxe à tona a discussão sobre uma “maior integração entre os países da região”. Essa “integração” seria o estabelecimento de relações diplomáticas entre Israel e os países árabes, um processo mais conhecido como “normalização”. No entanto, o esforço dos EUA para estabelecer laços oficiais entre a Arábia Saudita e Israel foi complicado pelo conflito em Gaza.

Em fevereiro, após a Casa Branca indicar que as negociações de normalização entre Arábia Saudita e Israel estavam em andamento apesar do conflito, o reino negou a afirmação com o seguinte comunicado:

“O reino comunicou a sua posição firme à administração dos EUA de que não haverá relações diplomáticas com Israel a menos que um Estado palestiniano independente seja reconhecido nas fronteiras de 1967 com Jerusalém Oriental como sua capital, e que a agressão israelita na Faixa de Gaza pare e todas as forças de ocupação israelenses se retiraram da Faixa de Gaza”.

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Vale ressaltar que Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, reiterou várias vezes sua oposição à criação de um Estado palestino.

A posição “paradoxal” dos EUA em Gaza

Nesse contexto, as autoridades árabes vem questionando a posição “paradoxal” da administração Biden. Um exemplo mais recente se deu nesta quinta-feira (21), em uma reunião de Blinken com diplomatas árabes. Em resumo, eles apontaram que os Estados Unidos buscam resolver a crise humanitária em Gaza, ao mesmo tempo em que realizam transferências de armas para o exército israelense, o que tem contribuído para a situação.

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“Estamos comprometidos com o direito de Israel de se defender e em garantir que tenha o que precisa para se defender e em garantir que o 7 de outubro nunca mais aconteça”, declarou o secretário de Estado norte-americano. “Também estamos empenhados em fazer tudo o que pudermos para ajudar as pessoas que estão em perigo.”

Nesse contexto, Biden também fez um discurso no qual ele alertou Israel contra a utilização da assistência humanitária a Gaza como “moeda de troca”. Vale ressaltar que a ONU já apontou que o bloqueio israelense tem levado a um estado de fome alarmante no enclave. Além disso, na última segunda-feira (18), a Casa Branca emitiu um aviso desaconselhando um ataque terrestre a Rafah, que abriga mais de um milhão de palestinos. Essa advertência foi reiterada por Blinken nesta quinta-feira (21).

No entanto, ainda que o número de mortes entre palestinos tenha aumentado, a administração Biden continuou seu apoio financeiro e diplomático a Israel. A Casa Branca está colaborando com o Congresso para garantir mais de 14 bilhões de dólares em assistência adicional ao aliado dos Estados Unidos. Além disso, Washington vetou três propostas do Conselho de Segurança da ONU que buscavam um cessar-fogo.

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*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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