Uma nova pesquisa feita pela agência Reuters/Ipsos reforça a incerteza que ronda as eleições presidenciais estadunidenses de 2024. A enquete, que ouviu 930 eleitores registrados, revelou que o candidato pelo Partido Republicano, Donald Trump, configura-se na frente de Joe Biden, com 41%. O atual presidente registrou 39% das intenções de voto.
Os outros 20% dos entrevistados dividem-se entre os que ainda não escolheram um candidato, pretendem votar em uma terceira opção ou não pensam em ir às urnas no dia de eleição, visto que o processo nos Estados Unidos é totalmente opcional.
Na última pesquisa realizada pela Reuter/Ipsos, o cenário era justamente o contrário. Um dia após a condenação de Trump em um caso de suborno a uma atriz pornô, o republicano angariava 39% dos votos, enquanto que Biden levava a vantagem por dois pontos percentuais.
À época também, o candidato da ‘terceira via’, Robert Kennedy Jr., virou escolha de 10% dos entrevistados, mantendo esse índice nesta nova enquete.
TRUMP: “There’s tremendous unity in the Republican Party. We want to see borders. We want to see a strong military. We want to see money not wasted all over the world. We don’t want to see Russian ships off of the coast of Florida..” pic.twitter.com/1ax2nPzstP
— Benny Johnson (@bennyjohnson) June 13, 2024
Estados pêndulo
Pelo complicado regime eleitoral dos EUA, alguns estados são cruciais para a vitória de um candidato. Unidades federativas como a Califórnia tem um extenso histórico de alinhar-se com a política democrática, enquanto os texanos preferem os políticos republicanos.
Porém, estados como Arizona, Georgia e Michigan, não têm tal histórico e possuem grande possibilidade de determinar os resultados presidenciais de 2024.
Arizona, por exemplo, por se tratar de um estado fronteiriço com o México, vem sofrendo fortemente com recente a crise imigratória. O tópico é muito abordado por Trump, que nunca perde a oportunidade de diminuir as ações de seu adversário neste âmbito.
Georgia, por outro lado, é um dos estados no qual Trump possui acusações de querer interferir no processo eleitoral e invalidar os votos do estado em Joe Biden. Tal histórico pode prejudicar o republicano em novembro. Além disso, a Georgia é um dos estados com a maior proporção de afro-americanos, cuja rejeição de Trump é notória.
Já Michigan se tornou uma das mais altas vozes contra as ações dos EUA na guerra entre Israel e Hamas. Durante as primárias democratas, mais de 100 mil eleitores escolheram a opção “descomprometido”, equivalente ao “nulo”.
Biden e Trump: as desvantagens
Quando se pondera entre os dois políticos, certos assuntos sempre vêm à tona. Pelo lado de Biden, a idade e a capacidade cognitiva do atual presidente é questionada, com opositores o apelidando de “Sleepy Joe”. Caso seja reeleito, Biden terminará seu segundo mandato com 85 anos.
Por outro lado, Trump acumula visitas aos tribunais, o que prejudica muito a agenda de campanha do republicano. Embora tenha uma base eleitoral sólida, os escândalos do bilionário, como o caso Stormy Daniels e a oclusão de documentos oficiais podem custá-lo a vitória.
As eleições presidenciais dos Estados Unidos ocorrerá em 5 de novembro. Diferentemente do Brasil, como o país usa voto impresso, o resultado demora dias para ser anunciado. O primeiro debate presidencial será sediado pela CNN em 27 de junho.