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O que se sabe sobre o ataque na Rússia

O presidente russo classificou o atentado como um “ato terrorista bárbaro” e designou este domingo (24) como um dia oficial de luto

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Flores em homenagem às pessoas mortas no ataque na Rússia – Crédito: Leon Neal/Getty Images

Um ataque com armas de fogo em uma casa de shows em Moscou, na Rússia, marcou esta sexta-feira (22). De acordo com o Serviço Russo de Segurança (FSB), pelo menos 133 pessoas perderam a vida e mais de 140 ficaram feridas. O ataque na Rússia foi reivindicado por extremistas islâmicos e, segundo Vladimir Putin, todos os terroristas já foram detidos. Confira abaixo tudo o que se sabe até agora sobre o atentado.

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O ataque na Rússia

Pelo menos quatro indivíduos armados, vestindo uniformes táticos, efetuaram tiros na casa de espetáculos Crocus City Hall, durante o intervalo de uma apresentação da banda de rock russa Picnic. De acordo com as investigações, além dos disparos com armas de fogo, os responsáveis também empregaram um líquido inflamável para provocar incêndios em algumas áreas da casa.

Várias explosões foram registradas, seguidas por um grande incêndio. O fogo se espalhou pelo telhado e pela fachada do shopping, gerando fumaça e chamas visíveis no horizonte do centro de Krasnogorsk. Parte do telhado desabou. Muitas pessoas perderam a vida baleadas, enquanto outras sucumbiram à inalação de fumaça tóxica. Os bombeiros resgataram aproximadamente 100 pessoas no topo do centro comercial.

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Conforme comunicado pelos serviços de segurança do país, as autoridades capturaram esses quatro homens, juntamente com outras sete pessoas. Segundo declarações presidente russo neste sábado (23), os terroristas teriam tentado escapar em direção à Ucrânia, informação negada pelas autoridades de Kiev.

Além disso, o político russo Alexander Khinshtein declarou que a captura dos terroristas se deu após uma perseguição na área de Bryansk, a aproximadamente 350 km de distância do local do ocorrido.

O presidente russo classificou o atentado como um “ato terrorista bárbaro” e designou este domingo (24) como um dia oficial de luto.

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Reivindicação do Estado Islâmico e a tensão em Kiev

Até o momento, a autoria do ocorrido foi reivindicada no Telegram por um braço do Estado Islâmico, identificado como Isis-K, ou Isis-Khorasan. Essa ramificação do grupo terrorista busca estabelecer um califado islâmico em várias regiões. Dentre elas, estão o Afeganistão, Paquistão, Turcomenistão, Tadjiquistão, Uzbequistão e Irã.

“O ataque (em Moscou) surge no contexto de uma guerra violenta entre o Estado Islâmico e os países que lutam contra o Islã”, relatou a agência de notícias do Estado Islâmico em seu canal do Telegram. Vale ressaltar que o ISIS vê a Rússia como uma adversária dado o apoio de Putin às forças do ditador sírio, Bashar Al-Asad, que há quatro anos expulsaram o grupo terrorista do país.

“O Isis-K está focado na Rússia há dois anos. O grupo acusa o Kremlin de ter sangue muçulmano nas mãos, em referência às intervenções russas no Afeganistão, na Chechênia e na Síria”, foi o que afirmou Colin Clarke, especialista em contraterrorismo, ao jornal New York Times.

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Além disso, o FSB relatou que uma célula do Estado Islâmico teria tentado um ataque na Rússia em 7 de março. No entanto, as forças de segurança teriam conseguido evitar o episódio. Apesar das suspeitas, as autoridades ainda investigam a autoria do atentado de sexta-feira.

O temor ucraniano

Em um comunicado, o serviço de inteligência russa comunicou que os perpetradores do atentado tinham conexões na Ucrânia, de maneira que eles buscavam atravessar a fronteira.

Em resposta, Kiev afirmou que a declaração era absurda. “Sugerir que os suspeitos rumavam para a Ucrânia é sugerir que eles são estúpidos ou suicidas”, foi o que disse Andriy Yusov, porta-voz da inteligência ucraniana, alegando que a fronteira entre os países está “repleta de militares e membros de serviços especiais”.

Além disso, vale ressaltar que o episódio do ataque na Rússia trouxe em Kiev a preocupação de que Putin aproveite o incidente para intensificar o conflito na Ucrânia.

 * Sob supervisão de Lilian Coelho

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