Guerra no Oriente Médio

ONU: EUA vetam resolução que defendia cessar-fogo em Gaza

A reunião foi convocada após secretário-geral da organização fazer apelo para evitar catástrofe humanitária no território palestino

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Conselho de Segurança da ONU – (Crédito: Andrew Burton/Getty Images)

Os Estados Unidos vetaram uma resolução que pedia por um cessar-fogo imediato no conflito entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza. O veto aconteceu durante uma reunião do Conselho de Segurança da ONU, nesta sexta-feira (8). O país é um dos cinco membros permanentes do grupo e tem o poder de veto.

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Os 13 membros do Conselho de Segurança votaram a favor do texto apresentado pelos Emirados Árabes Unidos, incluindo o Brasil. A Grã-Bretanha se absteve na votação.

“Embora os Estados Unidos apoiem os apelos a uma paz duradoura (…), não apoiamos os apelos a um cessar-fogo imediato”, disse Robert Wood, vice-embaixador dos EUA na ONU, antes da votação. “Isto apenas plantaria as sementes para a próxima guerra, porque o Hamas não deseja ver uma paz duradoura.”

Na quarta-feira (06), o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, invocou pela primeira vez o artigo 99 da Carta da ONU para provocar a reunião extraordinária do Conselho desta sexta. Seu objetivo era tentar forçar uma ação para evitar uma catástrofe humanitária na Faixa de Gaza.

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Mais cedo, a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) se manifestou sobre a falta de ação da ONU quanto ao conflito. “A inação do Conselho de Segurança das Nações Unidas e os vetos dos seus Estados-membros, especialmente os Estados Unidos, os tornam cúmplices do massacre em curso“, afirmou a organização.

Artigo 99

O artigo 99 é é uma das ferramentas diplomáticas de maior poder simbólico à disposição do secretário-geral da ONU e não era invocado há décadas, segundo o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric.

“O Secretário-Geral poderá levar à atenção do Conselho de Segurança qualquer assunto que, na sua opinião, possa ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacionais“, diz o texto.

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Guterres invocou o artigo de maneira explicita em uma carta enviada ao presidente do Conselho de Segurança. No texto, ele diz que os bombardeios do Exército de Israel estão provocando o “iminente colapso total da ordem pública” na Faixa de Gaza.

“Em meio aos constantes bombardeios das forças armadas israelenses e sem abrigo e o mínimo para sobreviver, prevejo o iminente colapso total da ordem pública devido às condições desesperadoras, que até mesmo impossibilitariam uma assistência humanitária limitada”, escreveu.

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