TENSÃO POLÍTICA

Oposição vence em eleições parlamentares na Coreia do Sul

Estas eleições contaram com o maior número de eleitores em 32 anos. Houve um índice de 67% de participação

Estas eleições contaram com o maior número de eleitores registrada em 32 anos na Coreia do Sul. Houve um índice de 67% de participação
Oposição vence eleições na Coreia do Sul – Créditos: Canva

A população da Coreia do Sul elegeu nesta quarta-feira (10) uma maioria do Partido Democrático (DP) para a Assembleia Nacional, o parlamento sul-coreano. O DP é o principal partido de oposição ao atual governo, do presidente Yoon Suk Yeol, do Partido do Poder Popular (PPP).

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Esta eleição é um retrato do descontentamento do povo com a atual gestão, que assumiu o cargo há dois anos. As principais críticas estão relacionadas ao descumprimento das promessas eleitorais, alta no custo de vida e escândalos de corrupção. Yoon venceu as eleições de 2022 com pequena margem, contra Lee Jar-myung, candidato centrista do DP.

No momento, as políticas conservadoras tem enfrentado dificuldade para implementação e o país passa por onda de tensão política, com, inclusive, uma longa greve de médicos.

O líder do PPP, Han Dong-hoon, disse que o partido tem dado duro para criar políticas que apoiem a população. “O PPP fez o seu melhor para fazer política que apoie a vontade do povo, mas os resultados são decepcionantes”, declarou para a agência de notícias Yonhap.

Cho Kuk, ex-ministro da Justiça e figura de frente do Partido da Nova Reforma, disse que os resultados são uma vitória. “O povo venceu. O povo fez sua escolha clara de que esse é um veredito dado ao governo de Yoon Suk-yeol“, afirmou. Cho Kuk é uma figura controversa, devido a processos de corrupção e falsificação de documentos, mas atualmente é uma figura de peso na oposição.

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Detalhes das eleições na Coreia do Sul

De acordo com a Yonhap, estas eleições contaram com o maior número de eleitores em 32 anos. Houve um índice de 67% de participação, só ficando atrás de 1992, quando a taxa chegou em 71,9%.

A campanha foi marcada por polarização política, assim como em 2022. Naquele ano, o presidente foi firme em suas declarações, e prometeu redução da inflação e atuação forte no impulso das baixas taxas de natalidade no país. Essas promessas não foram cumpridas.

A oposição utilizou este fator, alinhado com a “desconexão” de Yoon com a população da Coreia do Sul, para sua campanha. O caso da cebolinha, que aconteceu em uma visita ao supermercado em março, foi o maior marco. Naquele dia, o atual presidente disse não saber quanto custava um maço do alimento, que faz parte da culinária básica do país. Durante a corrida eleitoral, a cebolinha foi um símbolo dos opositores.

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O analista na consultoria Galluo Korea, Heo Jinjae, disse em entrevista ao The New York Times que foram eleições fora do comum. “Nunca vi uma eleição assim: nenhuma promessa de campanha se tornou tema eleitoral, com a exceção das forças de lados opostos lutando para vencer a todo custo”, afirmou.

 * Sob supervisão de Lilian Coelho

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