Nesta quarta-feira (20), o Papa Francisco expressou seu apoio a uma organização italiana de resgate de imigrantes no mar. No entanto, os integrantes da instituição, conhecida como Mediterranea Saving Humans, estão sendo acusados de conivência com a imigração ilegal.
O Papa declarou, em audiência no Vaticano na qual estava presente uma delegação da Mediterranea Saving Humans, que eles “saem ao mar para salvar as pessoas pobres que fogem da escravidão (na) África”.
A comitiva contava com Luca Casarini, um ex-ativista de extrema-esquerda italiano que recentemente estabeleceu afinidade com a Igreja Católica. Ele é muito conhecido na Itália e alvo frequente de críticas por parte de jornais favoráveis ao governo e contrários à imigração no país.
“Eles fazem um bom trabalho, salvam muitas pessoas, muitas pessoas”, acrescentou o papa.
Luca Casarini é acusado de favorecimento e enriquecimento com imigração clandestina em massa na Itália. Era o cara de Lampedusa.
Em geral, povos muçulmanos e povos africanos, ambos não cristãos.
Casarini é tão admirado por Francisco, q participou do Sínodo da Sinodalidade em Out. pic.twitter.com/uRvZClcZEc— Apostolado Filhos de Santo Atanásio (@ApstStAtanasio) December 14, 2023
O caso da Mediterranea e a imigração ilegal
Por conta de uma operação realizada em 2020 na Sicília na qual a embarcação da organização resgatou 27 imigrantes de um navio de carga dinamarquês e os transportou para a Itália, a Mediterranea foi formalmente acusada. Os imigrantes permaneceram retidos no navio por mais de um mês depois do resgate de um bote de madeira.
A Maersk Tankers, companhia responsável pela operação do navio de carga, fez um pagamento de aproximadamente 125.000 euros (R$ 668 mil) a uma companhia associada à Mediterranea. Os promotores argumentam que essa transferência de fundos está possivelmente relacionada a uma violação das leis de imigração do país. Por outro lado, a instituição afirma que se tratou apenas de uma doação.
A expectativa é de que em 14 de fevereiro um juiz tome a decisão sobre a acusação, levando Luca Casarini e cinco outros membros a julgamento.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini