ELEITO

Quem é Nicolás Maduro, presidente da Venezuela que cumprirá seu 3º mandato?

Ex-motorista de ônibus e sindicalista, o presidente venezuelano chega aos 11 anos no poder com acusações de autoritarismo e crise econômica no país

Ex-motorista de ônibus e sindicalista, Maduro chega aos 11 anos no poder com acusações de autoritarismo e crise econômica no país.
Segundo o Conselho Nacional Eleitoral do país, Maduro foi legalmente eleito – Créditos: Getty Images

Neste domingo (28), de acordo com o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, Nicolás Maduro foi eleito para seu terceiro mandato como presidente do país. Ele ficará mais seis anos no poder e enfrenta protestos por parte da população. Este é mais um capítulo de sua longa história na política.

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Aos 61 anos, Nicolás Maduro Moros nasceu em Caracas. Após concluir o ensino médio, ele conseguiu um emprego como motorista de ônibus no sistema do metrô de Caracas. A escalada ao poder começou ainda como motorista. Maduro fundou um novo sindicato para representar os trabalhadores do metrô, no fim da década de 1970.

Mais tarde, tornou-se militante do Movimento Bolivariano Revolucionário 200 (MBR-200), que era liderado por Hugo Chávez. Em 1992, após a tentativa de golpe fracassada e a prisão de Chávez, Maduro ganhou fama pelo ativismo em favor da libertação do líder.

Como Nicolás Maduro chegou à presidência?

Devido ao envolvimento com o MBR-200, o presidente venezuelano foi um dos fundadores do partido Movimento Quinta República, de Hugo Chávez. Em 1999, Chávez foi eleito presidente e logo Maduro passou a ser membro da Assembleia Nacional Constituinte.

No ano seguinte, ele foi eleito deputado e em 2006 presidente da Casa. Logo depois, ele foi convidado para ser ministro das Relações Exteriores. Quando Chávez foi eleito em 2012, Maduro ocupou cargo de vice, e acabou tendo que assumir alguns meses depois, quando o presidente se afastou para cuidar da saúde.

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Com a morte de Chávez, em março de 2013, novas eleições presidenciais foram feitas. Maduro, que já despontava como liderança, era visto como sucessor natural do chavismo. Ele foi eleito presidente por uma pequena margem de votos, derrotando o opositor Henrique Capriles.

O primeiro mandato de Maduro na presidência foi marcado por forte crise econômica, com retração do PIB. Em 2019, um relatório do Banco Mundial apontou a “implosão” da Venezuela devido à gestão da economia, além da queda nos preços internacionais do petróleo. Maduro dizia que era vítima de uma perseguição imperialista, culpando os Estados Unidos e empresas pela crise que castigava o país.

Com uma das maiores reservas de petróleo do mundo, a Venezuela tinha o recurso como praticamente a única fonte de receita externa. Quando os preços estavam em alta, o país aproveitou o boom para obras e crescimento social.

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Presidente venezuelano é acusado de autoritarismo

Nicolás Maduro foi acusado de manter um governo autoritário ao longo dos últimos 11 anos. Alvo de vários protestos, Maduro optou por usar a repressão para combater quem se manifestava contrariamente ao governo. Os maiores movimentos foram registrados entre 2014 e 2019. Durante as manifestações, testemunhas relataram ações de violência por parte das forças de segurança, além de prisões arbitrárias e mortes.

Além disso, os últimos processos eleitorais da Venezuela foram marcados por denúncias de irregularidades, com opositores sendo impedidos de concorrer. Em 2017, a Assembleia Constituinte eleita teve poder absoluto, mas não foi reconhecida por vários governos. O chavismo venceu as eleições para governadores em outubro e as municipais em dezembro, com a oposição denunciando fraudes.

No fim de 2023, Maduro propôs à Assembleia Nacional uma lei para criar uma província venezuelana em Essequibo. A área representa cerca de 70% do território de Guiana e é disputada entre os dois países há mais de 100 anos. As atenções da Venezuela para a região aumentaram após a descoberta de petróleo, em 2015. Estima-se que existam reservas de 11 bilhões de barris, sendo que a parte mais significativa é “offshore“, ou seja, no mar, perto de Essequibo.

A tentativa de Maduro provocou instabilidade na América do Sul, com ameaças de guerra. Em dezembro de 2023, ele chegou a se encontrar com o presidente da Guiana em São Vicente e Granadinas. Mesmo com a assinatura de um acordo para resolver controvérsias com ajuda do Tribunal Internacional de Justiça, Maduro promulgou uma lei criando uma província da Venezuela na região.

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