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Quem eram as três mulheres mortas em crime de ódio na Argentina?

Uma mulher sobreviveu ao ataque; suspeito jogou uma bomba caseira no quarto enquanto as vítimas dormiam

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Três mulheres lésbicas foram atacadas em crime de ódio na Argentina – Créditos: Reprodução

Três mulheres foram assassinadas em Bueno Aires na última semana após um crime de ódio com motivações homofóbicas. Um homem de 67 anos, Justo Barrientos, arremessou um dispositivo explosivo no quarto dividido por quatro mulheres lésbicas em uma pensão enquanto elas dormiam. Neste domingo, Andrea Amarante foi a terceira vítima a falecer.

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A mulher de 42 anos estava internada em estado grave com 75% do corpo queimado, mas não resistiu. As outras são Pamela Cobas, de 52 anos, que faleceu no dia do ataque, e sua companheira Roxana Figueroa, também de 52 anos, que morreu dois dias depois. Sofía Castro Riglos, de 49 anos, foi a única sobrevivente.

Quem eram as vítimas?

Pamela era natural de Mar del Plata, recebia pensão, e vendia cosméticos. Além disso, era mãe de dois filhos, um de 27 anos e outro de 14. Anteriormente, a mulher morava em Quilmes e Lomas de Zamora. Roxana, por sua vez, também recebia pensão. Elas haviam se mudado para o local há 2 anos.

Já Andrea e Sofía chegaram ao hotel nos últimos quatro meses, e se juntaram ao casal. A primeira trabalhava no sistema médico, enquanto a segunda era filha de um homem ligado à política nos anos 90.As quatro mulheres viviam juntas um quarto sem banheiro no bairro de Barracas. Após a ocorrência do crime, vários grupos feministas e LGBTQIA+ se manifestaram no local.

Justo Barrientos, de 67 anos, foi preso como culpado. Com problemas de vício em aposta, trabalhou durante vários anos em um restaurante e eventualmente se divorciou da esposa. Por isso, se mudou para a pensão. Ele vivia no hotel há vários anos e não havia sido acusado de crimes significativos até então.

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As mulheres se mudaram para um quarto próximo do seu. De acordo com uma fonte ouvida pela Agência Presentes, o homem detestava Pamela e Roxana. “Ele já havia ameaçado uma vez. Foi no Natal passado. Disse que iria matar elas, e olha o que aconteceu agora… Ele as chamou de ‘monstros’ por causa de sua condição sexual. Chamou elas de “garotas gordas e sujas”, disse.

Andamento do caso de crime de ódio

O caso ficou sob responsabilidade do desembargador Edmundo Rabbione. Paralelamente, a Câmara Penal e Correcional revelou que o processo foi classificado como homicídio qualificado.

Nesse contexto, o suspeito só foi investigado depois da tarde da última sexta-feira (10). Até o momento, fontes do caso indicaram ao Infobae que o juiz ainda não definiu a circunstância agravante do artigo 80 do Código Penal para determinar se os feminicídios foram agravados por ódio ao gênero ou à orientação sexual, à identidade de gênero ou à sua expressão, pois primeiro procura determinar se o homem é inocente ou não.

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Da mesma forma, os danos causados ​​pelo ataque não se limitaram apenas às três mortes. Os bombeiros tiveram que trabalhar no local com catorze ambulâncias. Mais de 30 pessoas foram evacuadas e sete tiveram que ser transferidas para diferentes centros médicos com queimaduras de gravidade variável.

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