bombardeios israelenses

Relatório aponta que Gaza foi o lugar mais mortal para jornalistas em 2023

Os dados são do relatório publicado pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ)

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Relatório aponta que Gaza foi o lugar mais mortal para jornalkistas em 2023 – Créditos: Christopher Furlong/Getty Images

Mais de três quartos dos 99 jornalistas e funcionários da imprensa que perderam a vida em 2023 morreram na guerra travada por Israel na Faixa de Gaza. Os dados são do relatório publicado pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).

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Ao todo, 72 jornalistas, a maioria palestinos, morreram sob os bombardeios israelenses em Gaza. A eles se somam três jornalistas libaneses e dois israelenses.

A organização ressalta que o conflito tirou mais vidas do que em um ano em um país inteiro. “Cada jornalista morto é mais um golpe em nossa compreensão de mundo“, lamenta a diretora-executiva do CPJ, Jodie Ginsberg.

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O CPJ já chegou a denunciar o que parece ser uma “perseguição” das forças israelenses contra jornalistas. A organização investiga se 12 dos mortos em Gaza foram deliberadamente atacados por seus soldados, o que constituiria “um crime de guerra“.

Em um relatório publicado em maio de 2023, a organização acusou o Exército israelense de assassinar pelo menos 20 jornalistas em 22 anos, “sem que ninguém fosse responsabilizado“.

Em dezembro, o CPJ também anunciou que Israel entrou pela primeira vez na lista de países com maior número de jornalistas presos, com 17 casos em 1º de dezembro de 2023.

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Jornalistas não estão seguros, diz a CPJ

Em 2023, o número de jornalistas mortos globalmente atingiu um recorde, com 78 mortes. Isso representa um aumento de quase 44% em comparação com os números de 2022 (69 mortos).

O número total de comunicadores mortos, incluindo funcionários de apoio à imprensa, é o mais alto desde 2015. Excluindo as mortes em Israel, Gaza e Líbano, foram registradas 22 mortes em 18 países em 2023. NO entanto, segundo o CPJ, os dados mostram que o jornalismo não indica níveis de segurança adequados.

A maior redução foi registrada na Ucrânia e no México, que passaram de 13 assassinatos para 2 cada. Porém, a organização adverte que este último ainda é classificado como um dos países mais perigosos para jornalistas, juntamente com as Filipinas e Somália, devido à corrupção e ao crime organizado, que resultam em ataques, assédio, ameaças e sequestros.

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Além disso, a CPJ denuncia a “espionagem” por agências governamentais, que levou muitos jornalistas a abandonarem suas casas e profissões devido à violência. Estes crimes “indicam claramente que devemos trabalhar coletivamente para garantir que os assassinos de jornalistas sejam levados à Justiça, que a cultura da segurança prevaleça nas redações e que o direito do público à informação seja protegido daqueles que se veem ameaçados pela comunicação“, recomenda Ginsberg.

 * Sob supervisão de Lilian Coelho

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