Recordes de chuva e temperatura

Saiba como a neve na Argentina foi uma previsão para chuva no litoral norte de SP

Estael Sias, meteorologista da MetSul, afirmou que “todos esses fenômenos juntos, um impactando o outro e interagindo, contribuíram com pesos diferentes no que ocorreu no litoral de São Paulo. A atmosfera é um fluido só”.

Saiba como a neve na Argentina era uma previsão para chuva no litoral norte de SP
(Crédito: Sérgio Barzagui/ Governo do Estado de São Paulo)

No dia 17 de fevereiro, neve foi vista no Cerro Tres Picos, na Sierra de la Ventana, na Argentina. A mínima oficial na região foi de 4,8°C. A cidade de Buenos Aires e grande parte da Argentina também enfrentaram temperaturas típicas de inverno em pleno verão.

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A capital do país chegou a registrar 7,9ºC, o que não acontecia desde 1961. A mínima foi registrada pelo Observatório Central de Villa Ortúzar e informada pelo Serviço Meteorológico Nacional da Argentina.

No Brasil, no mesmo dia a temperatura caiu de 40ºC para até 15ºC no Rio Grande do Sul. Nos dias seguintes chegou a gear na terra gaúcha, segundo o site O Estado de S. Paulo. No mesmo final de semana, ocorreu o maior volume de chuva já registrado no Brasil no litoral norte de São Paulo.

De acordo com O Estado de S. Paulo, uma massa polar de ar seco e frio, associada a um centro de alta pressão estava por trás das quedas de temperatura na Argentina e no Sul do Brasil. Ao avançar em direção a São Paulo, encontrou um fluxo de umidade vindo do mar para o continente, gerado por um centro de baixa pressão.

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Junto com essa situação, uma onda de calor marinho de até 5ºC acima do normal numa faixa que se estendia da Argentina ao Sudeste brasileiro desde o final de novembro. E esse período coincide com uma seca intensa no cone sul do continente, segundo informações do O Estado de S. Paulo.

Na véspera da tragédia devido a chuva no litoral norte, a temperatura na superfície do mar era de 3ºC acima da média, segundo dados de satélites.

Estael Sias, meteorologista da MetSul e funcionária por sete anos na Defesa Civil do Estado de São Paulo, afirmou que “todos esses fenômenos juntos, um impactando o outro e interagindo, contribuíram com pesos diferentes no que ocorreu no litoral de São Paulo. A atmosfera é um fluido só”.

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“Havia muita energia acumulada e algo assim poderia acontecer”, explicou Estael, afirmando que eventos extremos sempre ocorrem antes de outros eventos extremos.

Alerta feito na internet

Segundo O Estado de S. Paulo, Estael Sias publicou um vídeo de alerta no canal da empresa, no Youtube. Nele foi avisado que a estimativa para chuva era de até 500 mm, com inundações e deslizamentos. O segundo alerta foi divulgado no dia 18 de fevereiro, aumentando a projeção de chuva para 700 mm.

O alerta informou: “Trata-se de uma condição de enorme perigo ante a probabilidade de que os volumes de chuva em alguns pontos possam atingir quantidades equivalentes de precipitação a dois ou três meses (e o verão tem altas médias de precipitação na região) em apenas 24 h a 36 h”.

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