A história da aviação é marcada por vários incidentes misteriosos desde os primórdios dos voos comerciais. Apesar dos avanços de segurança ao longo dos anos, concebidos para garantir rotas aéreas seguras e o cumprimento de cada viagem, persistem casos enigmáticos, como o do voo MH370 da Malaysia Airlines.
O dia 8 de março de 2014 foi marcado pelo desaparecimento do voo MH370 da Malaysia Airlines enquanto sobrevoava o Mar da China, a caminho de Kuala Lumpur para Pequim. Uma década depois deste acontecimento, um especialista desenvolveu uma hipótese inesperada sobre o caso.
Naquele fatídico voo para Pequim estavam a bordo 227 passageiros e 12 tripulantes. De repente, a aeronave desapareceu dos radares de controle de tráfego aéreo. Os pilotos não emitiram nenhuma mensagem de socorro, acrescentando ainda mais mistério ao acontecimento.
Após uma longa investigação, foi determinado que a aeronave se desviou da rota planejada sem explicar o motivo e, apesar dos esforços envidados, nenhum vestígio dela foi encontrado nos quatro anos seguintes. A partir daí surgiram diversas teorias para explicar o mistério do seu desaparecimento, que vão desde uma possível ação intencional do piloto até a hipótese de um abate por parte de um governo.
Teoria do “buraco negro“
Várias teorias foram formuladas para explicar este enigma, mas a mais recente deixou muitos perplexos. Dois especialistas sugerem que o avião foi “deliberadamente jogado em um buraco negro”, uma metáfora que tenta explicar o que poderia ter acontecido. Esses especialistas, Jean Luc Marchand, ex-diretor de Controle de Tráfego Aéreo, e Patrick Blelly, piloto aposentado, usaram um simulador do Boeing 777 para recriar o mesmo padrão de voo do MH370 e examiná-lo detalhadamente.
“Agora o avião está invisível e não pode mais ser rastreado. A área onde o avião desapareceu é na verdade um buraco negro entre Kuala Lumpur e o Vietnã“, explicou Marchand em um novo documentário da BBC, Why Planes. Vanish: A caça ao MH370. “Se você quer desaparecer, é aqui que você faz isso”, acrescentou.
Segundo os especialistas, depois que os radares pararam de detectá-lo, o piloto continuou voando por várias horas, desviando-se da rota planejada. “Ele definitivamente fez várias curvas, mas também fez alterações de altitude e velocidade, o que implica que houve um piloto ativo até ao final do voo”, afirmou o antigo diretor do Controlo de Tráfego Aéreo.
Dessa forma, os pilotos desligaram manualmente os transponders, o que impediu que a cabine de controle rastreasse o voo. O MH370 então desviou de sua rota planejada em uma manobra “cuidadosamente planejada”.
Vale destacar que até ao momento não foram encontrados vestígios da aeronave e ainda se estuda a possibilidade de retomar as buscas.
* Sob supervisão de Lilian Coelho