TENSÃO INTERNACIONAL

“Só Trump pode mediar paz na Ucrânia”, diz Viktor Orbán

O primeiro-ministro da Hungria e atual presidente da União Europeia afirmou que o político americano seria capaz de “agir imediatamente”

Orbán, o atual presidente da União Europeia, afirmou que o político americano seria capaz de "agir imediatamente".
A declaração foi feita em carta endereçada aos líderes europeus – Créditos: Reprodução/ X

Nesta terça-feira (16), o Primeiro-Ministro da Hungria, Viktor Orbán endereçou uma carta aos líderes europeus  na qual propôs Donald Trump como único mediador possível para o conflito na Ucrânia. O ato deverá gerar controvérsias e protestos na comunidade europeia.

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Desde assumiu o cargo de presidente temporário da União Europeia (UE), Orbán tem adotado uma postura ambígua, alternando entre reuniões em Kiev, Moscou e Pequim. Este comportamento tem sido motivo de constante crítica, em especial por sua proximidade com líderes como Vladimir Putin e Xi Jinping, ao mesmo tempo em que mantém um vínculo com Donald Trump. A carta foi enviada ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e compartilhada com os outros líderes.

A escolha por Trump, segundo Orbán, deve-se ao fato de que o político americano estaria pronto para “agir imediatamente” na questão da Ucrânia. “Eu posso dizer com certeza que logo após sua vitória eleitoral, ele [Trump] não vai aguardar pela posse, estará pronto para agir imediatamente como um mediador da paz. Ele tem planos detalhados e bem embasados para isso”, escreveu o húngaro.

Sobre Joe Biden, o primeiro-ministro escreveu que sua política não é capaz de acabar com a guerra. “[Biden] está fazendo esforço imenso para permanecer na disputa. Não é capaz de modificar a atual política pró-guerra”, escreveu.

Em fevereiro deste ano, o húngaro já havia discursado em favor de Donald Trump, afirmando que sua eleição traria paz para a Europa ocidental. Veja:

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Após o envio da carta, os líderes europeus, como o presidente do Conselho Europeu, reforçaram que, apesar da presidência rotativa da UE detida por Orbán, suas declarações não representam a visão do bloco.

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Reação às atitudes de Orbán

A intenção de Orbán é se tornar uma ponte para a solução da guerra, mas foi criticado por diversos líderes, inclusive pelo presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, devido às relações que mantém com a Rússia e China.

O presidente do Conselho Europeu afirmou que o húngaro está equivocado em suas opiniões descritas na carta e que a única maneira de a guerra acabar é com a retirada das forças russas da Ucrânia, e não forçando uma negociação. Ele reiterou que Orbán não tem mandato para expressar pontos de vista pan-europeus.

O movimento do governo húngaro tem enfrentado críticas e ameaças de retaliação. Seu governo já perdeu acesso a diversos fundos da UE devido a leis que restringiram o judiciário local, e agora há debates sobre retirar os direitos de voto de Budapeste.

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Na segunda-feira (15), a Comissão Europeia, braço executivo da UE, proibiu comissários da entidade de participar de reuniões na Hungria durante a presidência de Orbán. Isso nunca aconteceu na história da união, cujo poder igual de voto e veto de todos os membros é um de seus pilares.

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