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“Traidores” e “Macri não me pede nada”: Conheça as frases mais impactantes de Milei

O presidente argentino concedeu entrevista ao La Nación, onde discutiu rivalidades políticas, inflação, lei Omnibus etc.

Em entrevista à LN+, do jornal La Nación, o presidente Javier Milei deixou várias declarações picantes após retornar de sua turnê internacional, onde visitou o Papa Francisco.
Milei durante sua entrevista à LN+ – Créditos: YouTube/Reprodução

Em entrevista à LN+, do jornal La Nación, o presidente Javier Milei deixou várias declarações picantes após retornar de sua turnê internacional, onde visitou o Papa Francisco. O chefe de estado voltou a confrontar Lali Espósito, a quem atribuiu um apelido, falou sobre os “traidores”, afirmou que a motosserra “não se negocia” e antecipou que vai eliminar os fideicomissos.

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“Lali Depósito”

O presidente Javier Milei reacendeu sua disputa com a cantora Mariana “Lali” Espósito, ao referir-se a ela como “Lali Depósito”, enquanto criticava as províncias.

Entrevistado por Luis Majul, Pablo Rossi e Esteban Trebucq, o presidente questionou as províncias por se queixarem da falta de recursos e indagou: “Por que a Nação precisa estar financiando permanentemente?”.

“Que reduzam os shows, em Córdoba fazem o Cosquín Rock, que é privado, mas recebe um subsídio de um bilhão de pesos. Por exemplo, Lali Depósito recebeu dinheiro do Estado. Em um dos shows, ela recebeu 350 mil dólares”, destacou Milei.

“A pergunta é se você está disposto a financiar essas despesas em detrimento do IVA que retira alimentos das crianças pobres do Chaco, concluiu.

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Os desentendimentos começaram no ano passado, depois que a cantora lamentou a vitória de Milei nas eleições primárias de agosto. “Que perigoso. Que triste”, afirmou a cantora na época, a quem o presidente afirmou não conhecer alguns dias depois. Nos meses seguintes, os desentendimentos continuaram, e em seu último show, Lali defendeu da cultura argentina.

“Com a taxa de câmbio de mercado, você está a um passo de dolarizar”

De acordo com o presidente, ainda há “a ideia de dolarizar. “Nós emitimos dinheiro para comprar dólares, compramos 7 bilhões de dólares. Temos um problema com a emissão endógena que são as Leliqs. Nesse contexto, temos essas duas fontes de emissão monetária. A base não varia, está fixada em 10 milhões. Nesse contexto, o que você tem é que estamos comprimindo por setor fiscal e com o Bopreal”, expressou.

Nessa linha, acrescentou: “Quando você olha o balanço do BCRA [Banco Central da República da Argentina], começamos a desinflar passivos e ativos, limpamos a dívida dos importadores, mas hoje temos uma base monetária de 8 bilhões e compramos dólares por 7 bilhões. Temos coberto 87,5% da base. Com a taxa de câmbio de mercado, você está a um passo de dolarizar. Isso já está lá”.

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“Falta limpar o restante dos passivos remunerados, e o que você precisa é de uma reforma do sistema financeiro para que não seja vulnerável a uma corrida. A ideia existe, mas demanda tempo. Se continuarmos limpando o balanço do BCRA no ritmo que estamos, o FMI estima que podemos abrir o cepo até metade do ano. Eu prefiro ver os números”, completou.

Milei para Cristina Kirchner: “Os novos tempos exigem um pouco de espetáculo”

O presidente Javier Milei respondeu à ex-presidente Cristina Kirchner, que, anteriormente, questionou seu modelo econômico e o chamou de “showman”. “Nada, tudo bem, ou seja, talvez os novos tempos exijam um pouco de espetáculo também”, avaliou o presidente.

“A economia não é uma ciência exata, mas se você parar de emitir, cedo ou tarde a inflação vai acabar, mesmo que a senhora Cristina Fernández não goste”, destacou Milei.

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Em seguida, o presidente disse que leu o documento publicado por Kirchner e expressou: “Do meu ponto de vista, esse modelo está incorreto e é a base da decadência argentina. Para ela, o que gera a inflação é a falta de dólares, e isso é uma precariedade intelectual”.

“Ela pensa que quando você desvaloriza, há inflação, e você desvaloriza porque tem um problema de financiamento externo. Esse quadro analítico está errado, ela fala da restrição externa, que é o efeito de pressupor um mundo onde apenas as quantidades importam e não os preços”, considerou Milei.

Las frases de Milei

Por outro lado, Milei também criticou os “traidores”: “A tábula rasa continua firme. Todos aqueles que queiram se unir são bem-vindos, para os traidores não há tábula rasa”.

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“Quem trai uma vez, trai sempre. Aqueles que ficaram do lado dos traidores, estou rastreando”, acrescentou.

Logo após, ele comentou sobre sua relação com Mauricio Macri: “Eu converso com Mauricio Macri e ele não me pede nada. As conversas que tenho com ele são maravilhosas. Ele me conta suas experiências”.

Nesta quarta-feira, foi divulgada a taxa de inflação de janeiro, que foi de 20,6%. Dessa forma, Milei opinou: “Se olharmos o número da inflação, parece horrível, o que realmente é, mas é preciso olhar onde estávamos e qual é a tendência. Não podemos nunca esquecer da herança que recebemos”.

“Na última semana de dezembro, começou uma desaceleração da inflação. Se fosse 30%, seria um dado incrível e deu 25%. Janeiro é um mês sazonalmente complicado, e replicar 25% teria sido um bom dado. E deu 20%. Reduziu 5%”, acrescentou.

Ainda mais, em relação aos seus objetivos de governo, ele reiterou: “A motosserra e a liquidificadora, que são os pilares do ajuste, não são negociáveis. O déficit zero não é negociável. O processo de saneamento do Banco Central não é negociável. Uma vez que tenhamos equilíbrio fiscal e o Banco Central saneado, estaremos em condições de abrir o mercado cambial”.

“O Estado é uma organização criminosa onde os caras se acertaram para roubar as pessoas. O Estado é pior que um ladrão comum”, expressou.

Posteriormente, Milei comentou o fracasso da lei Omnibus. “Tinha dois objetivos: ordenar o espectro político e propor as reformas”. Além disso, ele disse que espera que as eleições legislativas de 2025 mudem a composição do Congresso: “O Congresso de 2025 vai gerar a depuração e a oposição não vai chegar lá. As pessoas detestam e desprezam os políticos. Esta votação mostrou que estão certas”.

Confira a entrevista na íntegra:

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