Trump diz que criminalidade está “nos genes” de imigrantes

Seus comentários foram rapidamente contestados por estudiosos e políticos que apontam que não há provas de que essa população cometa crimes em uma frequência maior que americanos nativos

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Donald Trump – Crédito: Getty Images

Na arena política norte-americana, questões de imigração frequentemente inflamam debates acalorados. Recentemente, Donald Trump reacendeu essa chama ao afirmar que 13.000 imigrantes, descritos como “assassinos”, estão vivendo nos Estados Unidos. Durante uma entrevista com o comentarista conservador Hugh Hewitt, Trump criticou as políticas de Kamala Harris, destacando a proteção desses supostos criminosos imigrantes em solo americano.

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O ex-presidente mantém a postura de que a criminalidade está “nos genes” de muitos imigrantes, uma declaração que alimenta a sua pauta anti-imigração na campanha presidencial. Contudo, seus comentários foram rapidamente contestados por estudiosos e políticos que apontam que não há provas de que imigrantes cometem crimes em uma frequência maior que americanos nativos.

Trump parece referir-se a uma carta divulgada pelo ICE ao representante Tony Gonzales no último mês que destacou que 13.099 pessoas foram condenadas por homicídio e estão na “pasta não detidos”. No entanto, esses números têm sido interpretados erroneamente, como alertou um porta-voz do Departamento de Segurança Interna, explicando que os dados abrangem décadas e incluem casos sob várias jurisdições.

Estatísticas de imigrantes e a reação do governo Biden

Uma questão recorrente no debate é se as políticas de Trump realmente refletem a realidade dos dados de criminalidade entre imigrantes. Estudos indicam que a taxa de criminalidade entre imigrantes não supera a dos cidadãos nativos. Porém, a retórica usada frequentemente implica uma alarmante distorção dos fatos que perpetua estigmas.

As palavras de Trump foram repelidas vigorosamente por membros do governo Biden. Karine Jean-Pierre, porta-voz da Casa Branca, classificou a linguagem de Trump como “odiosa e inadequada”, ressaltando que não deveria ter lugar no discurso nacional. Em contrapartida, a campanha de Trump rapidamente se defendeu, insistindo que seu alvo eram os “assassinos”, não os imigrantes em geral.

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Karoline Leavitt, secretária de imprensa da campanha de Trump, acusou a mídia de distorcer os comentários para atacar o presidente, chamando a proteção da mídia a criminosos de “nojenta”. A defesa reforçou a retórica de Trump em focar nos fatos relacionados aos crimes de indivíduos específicos.

Rumores e fake news nas redes sociais

Além das declarações de Trump, o cenário se complica com rumores infundados que circulam nas redes sociais. Recentemente, relatos de haitianos, supostamente comendo animais de estimação em Springfield, Ohio, se espalharam rapidamente antes de serem desmentidos. JD Vance, candidato a vice-presidente, inicialmente deu crédito às alegações, mas depois reconheceu a possibilidade de serem falsos.

Esse incidente destaca como histórias sensacionalistas podem influenciar a percepção pública, independentemente da sua veracidade, refletindo desafios na era digital para debater seriamente a questão da imigração.

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