Nesta terça-feira (23), nas eleições primárias de New Hampshire, Donald Trump e Nikki Haley, ex-governadora da Carolina do Sul, se enfrentarão. A participação nas urnas terá um papel crucial na corrida republicana, que agora conta apenas com dois candidatos após a desistência do governador da Flórida, Ron DeSantis, no domingo (21).
Em Laconia, cidade de New Hampshire, os pré-candidatos do partido republicado trocaram provocações. Na segunda-feira (22), Trump declarou que “globalistas e comunistas radicais de esquerda” estão influenciando eleitores republicanos a votarem na ex-governadora da Carolina do Sul para facilitar a vitória dos democratas nas eleições. “Se você quer um candidato perdedor que coloque a América em último lugar, vote em Nikki Haley”, afirmou.
Já Haley vem se posicionando como uma alternativa ao eleitor republicano. “Quando você sair [para votar] na terça-feira, você decidirá: quer mais do mesmo ou quer algo novo?”, questionou. Ainda, a ex-governadora, que desempenhou o papel de embaixadora nas Nações Unidas durante o mandato de Trump, defendeu a ideia de que o maior foco de seu oponente era as acusações criminais que enfrenta. Em contrapartida, ele nega veementemente as acusações e alega ser alvo de perseguição política.
Os locais de votação fecharão às 19h (21h em Brasília) e a contagem dos votos pode se estender por algumas horas, sem uma previsão exata.
🇺🇸 “Vamos nos livrar dos globalistas. Vamos expulsar os comunistas, marxistas e fascistas”, diz Trump em discurso antes da convenção em New Hampshire. pic.twitter.com/mWZ197BgPU
— Tarciso Morais (@TarcisoRenova) January 23, 2024
A importância das eleições primárias de New Hampshire
A equipe de Haley mantém otimismo em relação à vitória em New Hampshire, considerando que este estado é mais moderado do que Iowa. Além disso, cerca de 40% dos eleitores estão registrados como independentes. Dessa forma, eles não têm filiação a nenhum partido. No entanto, as pesquisas indicam que Trump lidera com folga nas eleições primárias de New Hampshire. Mesmo que Haley consiga uma virada, há uma percepção de que o resultado apenas adiaria uma eventual revanche inevitável entre Joe Biden e Donald Trump.
Nesta terça-feira também ocorrem as primárias democratas no estado. Elas se dão em meio a uma controversa disputa entre as autoridades do partido em New Hampshire e o Comitê Democrata Nacional (DNC). As lideranças nacionais do partido tentaram alterar a ordem do calendário eleitoral, propondo a substituição de New Hampshire pela Carolina do Sul como o primeiro estado da disputa interna, alegando a intenção de promover maior diversidade no processo.
Apesar da indignação, os representantes locais prosseguiram com as eleições, o que foi mal recebido pelo DNC. Este último declarou que não reconheceria os resultados das prévias. A polêmica levou a ausência do nome de Biden nas cédulas. Como resultado, apoiadores de Biden em New Hampshire estão encorajando os eleitores a incluírem seu nome nas cédulas, desafiando abertamente a posição do DNC.
A corrida republicana até agora
Em suma, as pesquisas de intenção de voto podem ser vistas como desanimadoras para aqueles não querem que as eleições norte-americanas de 2020 se repitam. Um estudo divulgado pela Universidade de Suffolk e pelo Boston Globe nesta terça-feira confirmou a liderança de Trump. O ex-presidente está à frente por 19 pontos, com 57% dos votos, em comparação com os 38% de Haley. Na pesquisa realizada pelo jornal The Washington Post e a Universidade de Monmouth, ele mantém uma vantagem de 18 pontos (52% contra 34%).
Além disso, vale relembrar que DeSantis, o qual garantiu o segundo lugar nas prévias de Iowa, expressou seu apoio a Trump. Em Iowa, o ex-presidente obteve 51% dos votos, enquanto DeSantis conquistou 21,2% e Haley, 19,1%. Ainda, não ocorreram debates preliminares antes das primárias. Após Iowa, Haley optou por não participar de debates, a menos que Trump estivesse presente. Dois debates previamente agendados foram cancelados. Diante desse cenário, muitos eleitores expressaram insatisfação, observando que a disputa pelo voto se desenrola principalmente através de anúncios.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini