“É necessário um reinício, um novo começo. Não se trata de uma única pessoa, mas da direção da liderança do país”, foi o que afirmou Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, em uma entrevista na televisão italiana neste domingo (4). Essa declaração quanto a uma reestruturação militar do país se dá após semanas de especulações sobre a possível demissão de Valery Zaluzhny, comandante das forças armadas ucranianas.
As tropas da Ucrânia e a população como um todo têm uma visão positiva de Zaluzhny, que foi designado pelo presidente alguns meses antes da invasão russa em fevereiro de 2022. Ainda, o comandante refutou especulações sobre ter aspirações políticas. Mas, há algum tempo, Zaluzhny e Zelensky têm discordado sobre a condução da guerra. Enquanto isso, o país lida com a falta de munições, escassez de pessoal após um contra-ataque mal-sucedido e a necessidade de mais tropas.
O atrito entre Zaluzhny e Zelensky
Durante semanas, especulações surgiram na Ucrânia a respeito do relacionamento entre Zaluzhny e o presidente. No final do ano passado, Zelensky afirmou ter recusado um pedido militar para mobilizar 500 mil pessoas, solicitando detalhes sobre o financiamento e organização.
Além disso, no ano passado, uma tensão também surgiu quando o general afirmou ao The Economist que a guerra havia atingido um impasse. Zelensky negou essa afirmação veementemente. Ainda, saiu na mídia alguns relatos na semana passada que sugeriram que o general teria recusado um pedido presidencial de renúncia.
Mas Zelensky tentou minimizar as implicações durante seus comentários sobre a reestruturação militar. Nesse sentido, o presidente reitera que ele não pensa somente na substituição de uma pessoa. “Quando falamos sobre isto, quero dizer uma substituição de uma série de líderes estatais, não apenas num único setor, como o militar”, afirmou.
Vale destacar que o Ukrainska Pravda, meio de comunicação do país, informou no mesmo dia que o presidente também está considerando demitir Serhii Shaptala, chefe do Estado-Maior.
Zelensky visitou a primeira linha de frente.
O Presidente veio a Robotino, região de Zaporizhzhia, onde conversou com defensores ucranianos. pic.twitter.com/r7CM9dkVhE
— Guerra na Ucrânia (@Guerranaucrania) February 4, 2024
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini