Guerra contra Rússia

Ucrânia usará bombas de fragmentação no conflito; saiba mais

EUA fornecerão munição proibida em mais de 110 países, por seu alto poder de destruição

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(Crédito:Paula Bronstein/Getty Images)

Os Estados Unidos anunciaram que irão fornecer bombas de fragmentação para o exército da Ucrânia. O equipamento conhecido por sua alta capacidade de destruição, mas é proibida em mais de 110 países. O equipamento pode ser um diferencial poderoso na contraofensiva do país contra a Rússia.

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Bombas de fragmentação

De acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha, as bombas de fragmentação, conhecidas como “cluster”, são armas compostas por uma caixa que se abre no ar e espalha inúmeras submunições explosivas ou sub-bombas.

As bombas têm capacidade de serem dispersadas por amplas áreas. Dependendo do modelo, o número de submunições pode variar de várias dezenas a mais de 600. Podem ser lançadas por aeronaves, artilharia e também mísseis.

Veja um exemplo de ataque com bombas de fragmentação:

A grande preocupação é que a maior parte das submunições deveria explodir no momento do impacto. Porém, um alto número de submunições falha e não explode. As submunições não detonadas explodem quando manuseadas ou deslocadas, representando um grave perigo aos civis. Essas munições menores podem ficar adormecidas, e são capazes de serem detonadas muitos anos após o fim do conflito.

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Segundo a Cruz Vermelha, elas “foram usadas pela primeira vez durante a Segunda Guerra Mundial e existe uma grande proporção das munições cluster atualmente estocadas”. Elas teriam sido projetadas durante a Guerra Fria.

Convenção

Em 30 de maio de 2008, em Dublin, na Irlanda, mais de 110 países assinaram um tratado internacional que proíbe o uso dessas bombas em conflitos militares.

Os países se comprometeram a nunca:

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  • Usar munições de dispersão;
  • Desenvolver, produzir, adquirir, reter ou transferir, direta ou indiretamente, munições de dispersão;
  • Assistir, encorajar ou induzir qualquer um em qualquer atividade proibida por um estado membro sob essa convenção.
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(Marinheiros dos EUA preparam duas bombas de fragmentação – Crédito: Joe Raedle/Getty Images)

Entretanto, a Rússia, a Ucrânia e os EUA não fazem parte desse tratado e também o Brasil não entrou na lista de signatários.

Em 2017, a Human Rights Watch denunciou a relação de bombas de fragmentação produzidas no Brasil com ataques mortais a escolas no Iêmen dois anos antes do relatório.

“O Brasil deve reconhecer que munições cluster são armas proibidas que nunca devem ser fabricadas, enviadas ou usadas devido aos danos que causam a civis”, criticou, na época, Steve Goose, diretor da divisão de armas da Human Rights Watch e presidente da Coalizão Contra Munições Cluster, uma coalizão internacional de grupos que trabalham para erradicar as munições cluster.

“A Arábia Saudita, seus parceiros na coalizão e também o Brasil, na posição de fabricante, devem aderir imediatamente ao tratado internacional amplamente reconhecido que proíbe as munições cluster”, concluiu Goose sobre as bombas de fragmentação.

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