GOIÂNIA

Caiado muda data de feriado para evitar abstenção no segundo turno

Essa ação tem como intuito principal incentivar a participação dos eleitores no pleito marcado para o dia 27 de outubro

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Caiado muda data de feriado para evitar abstenção no segundo turno – Crédito: Reprodução

Dois dias após o empresário Sandro Mabel, do partido União Brasil, conquistar 27,66% dos votos e se qualificar para o segundo turno nas eleições em Goiânia, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, também do União Brasil, emitiu um decreto estratégico que promove uma mudança no calendário de feriados estaduais. Essa ação tem como intuito principal incentivar a participação dos eleitores no pleito marcado para o dia 27 de outubro.

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Caiado assinou o decreto de número 10.566, que transfere o feriado do “Dia do Servidor Público” de 28 de outubro para 1º de novembro. Segundo o comunicado oficial do governo de Goiás, a alteração tem como objetivo principal fomentar a participação popular no processo eleitoral, alinhando-se a uma prática adotada por diversas administrações estaduais e municipais. A menção ao uso de suas atribuições constitucionais foi a única justificativa oferecida por Caiado no decreto, sem uma explicação detalhada sobre a mudança.

Estratégia eleitoral e implicações da ação de Caiado

O reposicionamento do feriado é visto como uma medida estratégica, uma vez que um feriado na segunda-feira, 28 de outubro, poderia levar um aumento no número de abstenções, caso muitos servidores decidissem viajar para fora da capital de Goiás. A medida acontece em um contexto eleitoral tenso, onde Sandro Mabel enfrenta o bolsonarista Fred Rodrigues, do Partido Liberal, no segundo turno das eleições. A decisão de promover a transferência do feriado busca minimizar a possibilidade de ausência nas urnas de eleitores que representam uma base significativa de apoio para Mabel.

A estratégia adotada por Caiado não é inédita no cenário político brasileiro. Em 2010, Sergio Cabral, então governador do Rio de Janeiro, decretou um feriado prolongado no segundo turno das eleições presidenciais que envolveu Dilma Rousseff e José Serra. Naquela ocasião, a mudança do feriado do Dia dos Servidores acabou sendo emendada com o Dia de Finados, o que também visava a redução da abstenção dos eleitores de Serra, adversário político. Táticas semelhantes haviam sido observadas ainda em 2008, durante as eleições para prefeito do Rio de Janeiro, com resultados evidentes no aumento de abstenções.

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