No último domingo, em São Paulo, durante um ato em homenagem ao ex-presidente Jair Bolsonaro, ambulantes na Avenida Paulista vendiam bandeiras de Israel a preços mais altos do que as bandeiras do Brasil, em uma cena já familiar para os apoiadores do ex-presidente. Neste evento, a presença das bandeiras de Israel, potencializada como uma resposta às recentes declarações do presidente Lula sobre a ação israelense na Faixa de Gaza, foi marcada por algumas bandeiras incorretas, que exibiam um pentagrama em vez da Estrela de Davi.
A bandeira de Israel se tornou um símbolo do bolsonarismo devido à influência dos setores conservadores neopentecostais entre os eleitores mais fervorosos do ex-presidente, uma conexão que causa desconforto em algumas entidades judaicas. Para o Instituto Brasil-Israel, a utilização da bandeira de Israel pela extrema-direita brasileira reflete uma “perspectiva imaginária de um país conservador, branco e cristão”.
Embora semelhantes visualmente, o pentagrama e a Estrela de Davi possuem simbologias distintas, o que gerou memes e questionamentos sobre a associação do pentagrama ao satanismo. Em essência geométrica, a principal diferença entre os dois símbolos é o número de pontas: o pentagrama possui cinco, enquanto a Estrela de Davi, um hexagrama, possui seis.
Pentagrama e Estrela de Davi: símbolos históricos
O portal UOL explica que o hexagrama tem uma história rica e complexa que remonta a milhares de anos. Conhecido também como a Estrela de Davi, o hexagrama se tornou um dos símbolos mais reconhecidos da cultura judaica em todo o mundo. As origens exatas do hexagrama como um símbolo judaico não são completamente claras, mas seu uso remonta a tempos antigos no Oriente Médio.
Uma das razões pelas quais o hexagrama foi adotado como símbolo judaico pode estar relacionada a associações simbólicas e místicas atribuídas à forma de seis pontas. Para alguns, o hexagrama representava a unificação dos opostos, simbolizando a harmonia e a complementaridade. Além disso, também foi associado a ideias de proteção espiritual e conexão com o divino.
Ao longo dos séculos, o hexagrama continuou a ser usado por comunidades judaicas em várias capacidades, desde emblemas comunitários até decorações religiosas. No entanto, foi apenas nos tempos modernos, especialmente a partir do século XIX, que o hexagrama se tornou amplamente reconhecido como o símbolo nacional do povo judeu e da identidade judaica.
No contexto do ocultismo, o pentagrama é frequentemente utilizado como um símbolo de proteção, equilíbrio e poder espiritual. Cada uma de suas cinco pontas representa um elemento: terra, água, fogo, ar e espírito, e sua disposição específica pode variar de acordo com a tradição ou prática mágica em questão.
Para muitos praticantes do ocultismo, desenhar ou usar o pentagrama em rituais é considerado uma forma de invocar e direcionar energias, estabelecendo uma conexão com o mundo espiritual e manifestando intenções específicas. Além disso, o pentagrama também é frequentemente utilizado como um símbolo de identidade entre os seguidores de várias tradições esotéricas e filosofias místicas.
* Matéria publicada com supervisão de Ricardo Parra.