Nunes Marques defende levar a suspensão do X ao Plenário do STF

Primeira Turma do Supremo, de cinco ministros, aprovou bloqueio da plataforma por unanimidade; magistrado solicitou posicionamentos da PGR e da AGU

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Ministro Nunes Marques defende que a suspensão do X seja discutida no plenário da Corte – Foto: Nelson Jr./SCO/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Nunes Marques defendeu levar ao plenário da Corte as ações que contestam a suspensão do X no Brasil. Ele descreveu a ordem como “sensível”, e afirmou que ela exige prudência do Supremo.

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Para realizar a análise do plenário, o magistrado solicitou que a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Procuradoria-Geral da União (PGR) se manifestem em até cinco dias sobre os pedidos do partido Novo e da Orgem dos Advogados do Brasil (OAB).

O partido questionou a constitucionalidade da decisão do ministro Alexandre de Moraes, que levou ao bloqueio da rede. O Novo afirma que a decisão fere preceitos constitucionais como a liberdade de expressão.

Já a OAB pede que o plenário do STF derrube a multa de R$50 mil prevista para pessoas físicas e jurídicas que utilizarem recursos para manter seu acesso ao X, como um VPN (Virtual Private Network). De acordo com a instituição, o caso deve ser analisado pelo plenário da Corte, com seus 11 ministros, em virtude da sua relevância.

Decisão do ministro

O ministro poderia ponderar a decisão de levar a suspensão ao plenário sem requisitar a consulta da PGR e AGU, mas optou por fazê-lo. Entretanto, mesmo que siga com a discussão, a expectativa é que o STF mantenha a plataforma suspensa até Elon Musk, dono da rede, nomear um representante nacional da empresa.

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No documento da ordem, Nunes Marques destacou a “controvérsia constitucional” do caso, que tem “repercussão para ordem pública e social”. “A controvérsia constitucional veiculada nesta arguição é sensível e dotada de especial repercussão para a ordem pública e social, de modo que reputo pertinente submetê-la à apreciação e ao pronunciamento do Plenário do Supremo Tribunal Federal”, escreveu o magistrado.

“Tendo em vista a natureza da pretensão articulada e a envergadura dos preceitos fundamentais apontados como parâmetro de controle, compete a esta Corte atuar com prudência, a partir das manifestações das autoridades previstas na legislação que rege o processo constitucional”, argumentou.

 Suspensão do X

Na última sexta-feira (30), o ministro Alexandre de Moraes ordenou a suspensão do X no Brasil em resposta ao não cumprimento de decisões judiciais contra a plataforma. Além de não indicar um representante nacional, o X deixou de bloquear perfis suspeitos de desinformação e atividade contra o estado democrático de direito. Na segunda (2), a primeira turma do STF confirmou a determinação por unanimidade.
Para cumprir a decisão, Moraes intimou o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Carlos Manuel Baigorri, e as empresas de internet no país.

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