Na manhã desta quinta-feira (20), a Polícia Federal deu início a uma nova fase da operação Lesa Pátria, com o objetivo de identificar as pessoas que financiaram os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A operação também investiga os responsáveis por bloquearem estradas depois das eleições de 2022.
A ação conta com 27 mandados judiciais em Goiás, Mato Grosso do Sul e Santa Catharina. O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou também a indisponibilidade de bens e ativos dos investigados.
“Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido”, disse a PF.
Frentes de operação
Atualmente, a PF segue quatro frentes de investigação sobre os ataques de 8 de janeiro: autores intelectuais dos atos, financiadores e responsáveis pela logística de transporte, identidade dos vândalos que depredaram os prédios da capital federal e, por fim, as autoridades omissas que facilitaram a invasão.
Se for indiciado, o ex-presidente Jair Bolsonaro se encaixa na primeira categoria. Fontes da PF indicam que o inquérito, que deve ser concluído até agosto, incluirá também o ex-ministro da Defesa Braga Netto e outros generais. Outros nomes são Paulo Sergio Nogueira, também ex-ministro da Defesa, e o general Augusto Heleno, ex-GSI.
O relatório final, no entanto, não deve solicitar a prisão de nenhum dos indiciados. O cenário só pode mudar se algum requisito legal for desobedecido. O inquérito da Polícia Federal deve ainda incluir uma cadeia de acontecimentos para demonstrar como outras investigações estão relacionadas à tentativa de golpe.
Em fevereiro deste ano, Braga Netto e Heleno foram convocados a deporem à Polícia Federal. Porém, ambos ficaram em silêncio e já haviam negado irregularidades anteriormente.