operação Tempus Veritatis

PF reforça segurança de edifício-sede para evitar ataques durante depoimento de Bolsonaro

Ex-presidente será ouvido pela primeira vez pelo órgão; investigação apura uma suposta organização criminosa para elaborar um golpe de Estado

Ministro do TSE anula uma das três condenações de Bolsonaro
Ministro do TSE anula uma das três condenações de Bolsonaro – Créditos: Alan Santos/PR

A equipe de agentes da Polícia Federal (PF) terá reforço para garantir a segurança no edifício-sede da corporação na quinta-feira (22), durante o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com o objetivo de prevenir ataques e tumultos. A informação é da CNN.

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No âmbito da operação Tempus Veritatis, deflagrada há quase duas semanas pela PF, os agentes colherão o depoimento de Bolsonaro pela primeira vez.

A Justiça apreendeu o passaporte e proibiu Bolsonaro de se comunicar com os demais investigados. A investigação apura uma suposta organização criminosa para elaborar um golpe de Estado.

Segundo os policiais ouvidos pelo blog da jornalista Basília Rodrigues, a tentativa de invasão do prédio em dezembro de 2022 mudou a cultura de segurança da PF. Agora, os “riscos de ataques até mesmo ao prédio principal da corporação no país não podem ser subestimados“.

Bolsonaro tentou adiar o depoimento

Bolsonaro, por meio dos advogados, tentou adiar o depoimento. Ele tem dado demonstrações de que ficará calado, alegando que não teve acesso aos autos.

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Porém, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes negou pedido da defesa do ex-presidente para adiar seu depoimento.

Segundo Moraes, o investigado não tem razão ao afirmar que não houve garantias ao acesso integral a todas as diligências e provas juntadas aos autos.

Acrescenta que “bem como, não lhe compete escolher a data e horário de seu interrogatório”.

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Os advogados do ex-presidente haviam pedido o adiamento do depoimento, afirmando que ele “opta, por enquanto, pelo uso do silêncio”.

Em sua decisão, Moraes diz que não há qualquer impedimento para a manutenção da data agendada para o interrogatório.

Isto em razão do fato de os advogados do investigado terem tido integral acesso aos autos.

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O ministro também afirma que a Constituição Federal consagre o direito ao silêncio e o privilégio contra a autoincriminação.

Contudo, o investigado ou réu não tem permissão para se recusar a participar de atos procedimentais ou processuais futuros.

Estes fatos são estabelecidos legalmente dentro do devido processo legal.

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“Dessa maneira, será o investigado quem escolherá o ‘direito de falar no momento adequado’ ou o ‘direito ao silêncio parcial ou total; mas não é o investigado que decidirá prévia e genericamente pela possibilidade ou não da realização de atos procedimentais ou processuais, durante a investigação criminal ou a instrução processual penal”, aponta Moraes.

* Matéria publicada com supervisão de Ricardo Parra.

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