O ex-diretor geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no governo de Jair Bolsonaro, Silvinei Vasques, foi a primeira testemunha ouvida nesta terça-feira (20) durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas. Questionado sobre publicação feita por ele em redes sociais, pedindo votos ao ex-presidente, Vasques declarou que “seguiu rigorosamente o parecer da Advocacia-Geral da União (AGU), e que não existe vedação [a isso]“. Ele acrescentou que só excluiu a publicação “para evitar polêmica“.
Um dia antes do segundo turno das eleições, o então diretor geral publicou uma foto da bandeira do Brasil e pediu votos a Jair Bolsonaro. A publicação foi excluída posteriormente.
Vasques foi convocado como testemunha para a CPMI pela senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora do colegiado, e portanto, sua presença era obrigatória. Ele também é alvo de um inquérito que investiga se houve prevaricação por parte da PRF durante o bloqueio de rodovias feitos por apoiadores de Bolsonaro, e se houve violência política durante as fiscalizações de veículos feitas pela instituição durante o segundo turno das eleições do ano passado – especialmente no Nordeste.
Bate-boca
Ainda durante a audiência da Comissão, transmitida pela TV Senado, a relatora também questionou o ex-diretor geral a respeito de uma agressão que ele teria cometido contra um frentista por se recusar a lavar uma viatura. A pergunta motivou reações de revolta, principalmente por parte do deputado Delegado Éder Mauro (PL-PA), que não é integrante da CPMI e elevou a voz ao se dirigir à senadora, interrompendo-a mais de uma vez. Em resposta, a parlamentar ordenou que ele “calasse a boca“.
Após esse momento, a sessão foi suspensa por cinco minutos pelo presidente da Comissão, Arthur Maia (União Brasil-BA). Os trabalhos foram retomados em seguida.
Em resposta ao questionamento da relatora, Silvinei Vasques detalhou que foi condenado em primeiro grau na Justiça Cível de Santa Catarina pela suposta agressão, porém, está recorrendo da decisão judicial. Segundo ele, a história é “fantasiosa“.