*Por Lilian Coelho

“A culpa do Lula estar solto é do STF, não minha”, diz Moro

Em entrevista exclusiva à Perfil Brasil, o ex-Juiz da Operação Lava Jato e ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro conta os motivos que o fizeram deixar a pasta. “Faltou autonomia”.

Sérgio Moro sentado em poltrona contemplativo.
(Créditos: Andre Coelho/Getty Images)

Ex-juiz responsável pela Operação Lava Jato, ex-ministro da Justiça e pré-candidato ao Senado. “Desse jeito, não sou nada”, brinca Sergio Moro (União Brasil-PR), logo no início da entrevista. Entre o “ex” e o “pré” está um homem disposto a contar sua versão dos fatos envolvendo a Operação Lava Jato e falar sobre o momento histórico que vivemos politicamente: uma eleição polarizada e raivosa que se aproxima, tendo de um lado, o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) e do outro o atual mandatário, Jair Bolsonaro (PL).

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Com Moro, uma bandeira sempre hasteada na ponta da língua: a do combate à corrupção. Porém, desde que a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal decidiu pela anulação dos processos envolvendo Luiz Inácio Lula da Silva, as perguntas sobre desdobramentos da operação são inevitáveis.

Quando questionado sobre possíveis erros dele ou do Ministério Público em relação à soltura do petista, Moro é categórico: “Quem errou foi quem soltou Lula. Fiz minha parte contra a corrupção”, afirma. Quando questionado sobre uma eventual escolha entre Lula e Bolsonaro, ele diz:

“Se for Lula ou Bolsonaro, vai ser difícil melhorar alguma coisa no Brasil… É uma tragédia moral Lula candidato e com chances de ganhar”, lamenta.

O imbróglio em relação à candidatura ao Senado (pelo estado do Paraná) também foi tema da entrevista. Em  julho, o juiz Dimitrios Zarvos Varellis, da 5ª Zona Eleitoral de São Paulo, rejeitou um pedido  de Moro para trancar um inquérito que investiga uma suposta fraude na transferência de domicílio eleitoral para a capital paulista. Moro responde:

“Tem muita gente que não me quer em Brasília. Por isso, precisamos estar lá. precisamos de senadores independentes, que tenha voz, que não baixem a cabeça.” Quando questionado se está preocupado com uma possível impugnação da candidatura, Moro afirma que “tem gente que quer ganhar no tapetão”.

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E, vem a pergunta: “E quando o embate no Paraná se dá com o senador Álvaro Dias (Podemos), seu padrinho político, provável adversário nas urnas, qual o desafio?” O ex-juiz deixa claro quem foi seu padrinho: “o povo brasileiro”. Quanto a Álvaro, garante apenas que tem uma relação de respeito pelo senador e que a disputa vai ser de alto nível.

Até pouco tempo, o foco de Sergio Moro era um só: a presidência da República. Seria ele o nome entre a já mencionada polarização. O objetivo era atingir o eleitor que odeia Lula e Bolsonaro. Mas, o plano teve mudanças.

Ao falar sobre este desvio na rota, Moro mostra que não há mágoas. “Não sou de ficar no muro das lamentações. Vamos pegar estas bandeiras, levar a Brasília, botar o dedo na ferida, no olho do Brasil! Precisamos combater a impunidade, a corrupção, porque educação, saúde, emprego e renda são importantes, sim. Mas se não tem integridade na politica, não se chega a lugar nenhum”, sentencia.

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A entrevista completa você confere aqui!

*Até o fechamento deste texto, o candidato do União Brasil, Luciano Bivar, havia desistido da disputa à presidência, e agora, o partido de Moro debate com o Podemos (Partido de Álvaro Dias) uma possível aproximação. Aguardamos as cenas dos próximos capítulos da saga eleitoral…

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