50% das pessoas têm sequelas da Covid-19 por mais de um ano, diz Fiocruz

A instituição se baseou em uma lista com 23 sintomas para classificar o quadro de saúde desses pacientes.

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O sintoma mais recorrente entre os pacientes avaliados é a fadiga (Créditos: Kena Betancur/Getty Images)

Uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Minas Gerais, aponta que metade das pessoas diagnosticadas com Covid-19 apresentam sequelas de sintomas relacionados à doença por um período que ultrapassa um ano. A pesquisa foi publicada nesta semana pelo “Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene”.

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A instituição acompanhou 646 pacientes, de ambos os sexos, com idades entre 18 e 91 anos. A pesquisa demonstrou que grande parte dos envolvidos não tinha tomado vacinas antes da análise. Segundo o portal IG, apenas cinco participantes tinham completado o esquema de vacinação.

Do grupo total, 324 pessoas, que presentam 50,2%, apresentaram sequelas da infecção por Covid-19 no período de 14 meses, após o diagnóstico da doença. A instituição se baseou em uma lista com 23 sintomas para classificar o quadro de saúde desses pacientes e analisar o que pode estar envolvido com a doença tanto tempo após seu diagnóstico.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esses casos são classificados como “Covid longa”. Nessas condições, os sintomas relacionados à infecção são percebidos três meses após o contato com o vírus e perduram, por pelo menos, dois meses.

Na pesquisa realizada pela Fiocruz, o sintoma mais recorrente entre os pacientes avaliados é a fadiga, com 35,6% dos participantes relatando problemas. Logo depois, aparece a tosse persistente, com 34% de incidência. Em terceiro lugar, 26,5% dos participantes relatam dificuldade para respirar. Outros 20,1% apontam que perderam o olfato ou paladar.

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“O número de participantes com a Covid-19 longa foi uma surpresa ao longo do estudo. Muitos relatam dificuldade de manter as rotinas comuns ao tempo antes da doença. Falta de concentração, falta de disposição. É algo que impacta diretamente na qualidade de vida dessas pessoas”, diz Rafaella Fortini, imunologista e coordenadora da pesquisa.

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