Quase dois anos de pandemia e da transmissão da Covid-19, e a doença dá sinais de que veio para permanecer por muito tempo no planeta, a exemplo de outros vírus, como o da gripe Influenza.
Nessa perspectiva, o um colégio em Goiânia, além dos protocolos de biossegurança adotados desde o início da pandemia, conta agora com um novo aliado para proteger alunos, professores e colaboradores que frequentam a escola. Trata-se de um equipamento que avalia se a sala de aula oferece os parâmetros de base para controlar ou diminuir a transmissão da Covid-19 pelo ar.
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, sigla em inglês), o SARS-Cov-2 é transmitido pelo meio de gotículas respiratórias e partículas de aerossol. Essas partículas podem permanecer no ar por minutos, e até horas, e infectar outra pessoa que se encontra no ambiente.
Com os aerossóis suspensos no ar, o ambiente fica infectado e as funções funcionam como um diluidor da concentração das partículas, que podem estar infectadas. Foi pensando nisso que o engenheiro Erick Rodrigues de Sousa, doutorando em Ciências da Saúde na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, decidiu intervir no ciclo de propagação do vírus pelo ar, sem a necessidade de uso de medicamentos.
“Eu comecei a desenvolver esse projeto em 2017. Em 2019, já como analista de Tecnologia Educacional do Marista, orienta os alunos do colégio a fazer inclui de CO2 dentro das salas. Depois eu apresentei ao colégio a sugestão de um projeto piloto que apontasse soluções para ajudar a prevenir o contágio por vírus pelo ar”, recorda.
Com o apoio do colégio na aquisição das ferramentas necessárias, o engenheiro desenvolvido um equipamento, um “totem“, para monitorar as variáveis ambientais (temperatura, pressão, umidade relativa do ar e dióxido de carbono CO2) em sala de aula, para avaliar o risco de transmissão da Covid e de outros vírus.
O equipamento fica 24 horas em cada sala de aula monitorando como variáveis ambientais. As informações são gravadas e armazenadas em um banco de dados interno. Ao final do dia, o “totem“, que possui rodinhas, vai para outra sala e faz o mesmo procedimento.
Entre a mudança de salas dois profissionais, um de Tecnologia da Informação (TI) e outro de Tecnologia Educacional (TE), baixam as informações para outro computador onde a análise é feita em um “software” específico que vai cruzar as informações com a quantidade de alunos . Também é comparada a quantidade de CO2 antes dos alunos em sala e depois que eles deixam o colégio.
Em tempo real, o professor pode monitorar as condições ambientais pelo celular ou tablet. Assim como nos semáforos, as cores vão indicar o que acontece com o ar. Se acender a luz verde, uma sala de aula tem até 700 ppm de CO2 (partes por milhão), amarelo entre 700 e 800 ppm e, vermelho acima de 800 ppm. A lei federal 13.589 / 2018 processo que um ambiente com boa regulagem deve ser até 1.000 ppm de CO2. “Demos uma margem de segurança maior por causa do potencial de contágio do coronavírus”, explica o engenheiro.