Os noticiários do Brasil, nesses últimos dias, mostraram os incêndios que invadiram o interior do estado de São Paulo. E, segundo a empresa de meteorologia MetSul, as queimadas correspondem a 38% dos focos que acontecem em todo o país. Então veja o que fazer quando um local perto de você, ou na região de onde mora, for incendiado:
Os riscos
Em um ano que as chuvas estão abaixo da média, a umidade disponível para a vegetação acaba sendo menor, segundo o que disse a meteorologista e pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Ana Avila, à BBC News Brasil. E a situação passa a ficar perigosa com a propagação das queimadas, pois o fogo se alastra rapidamente.
“A fumaça vem sendo transportada pelos ventos. A condição de tempo seco nos últimos dias, somada ao efeito de aproximação de uma frente fria, que alinha os ventos de noroeste para sudeste e os deixa mais intensos, têm favorecido a propagação e proliferação de queimadas, bem como dificultam qualquer tentativa de combate”, explica.
Com isso, a saúde das pessoas acaba sendo afetada e o maior risco está na fumaça. “A fumaça contém materiais tóxicos, como dioxinas e metais pesados, além de partículas finas que podem ser inaladas, causando problemas respiratórios graves, sobretudo para quem já tem doenças pré-existentes. Gases tóxicos, como monóxido de carbono e óxidos de nitrogênio, também são liberados, aumentando o risco e agravando doenças pulmonares e cardiovasculares”, afirmam os pneumologistas entrevistados pelo veículo de notícias.
Essas substâncias são capazes de alcançar diversas cidades em volta da região de queimadas, e a reação do corpo humano é certeira. “As partículas finas e os elementos químicos presentes na poluição ultrapassam as células pulmonares [alvéolos] e entram na circulação sanguínea, sendo distribuídos por todo o corpo. Isso causa inflamação nos vasos sanguíneos, aumentando o risco de pressão alta, arritmias e até infarto agudo do miocárdio. Portanto, a poluição prejudica não apenas os pulmões, mas também o coração e a circulação”, detalha o pneumologista do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP), Mauro Gomes à BBC News Brasil.