Os prefeitos do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e de Niterói, Axl Grael, decidiram decretar medidas rígidas de isolamento social, com o fechamento do comércio não essencial. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (22), durante entrevista coletiva conjunta, em Niterói. As medidas vão vigorar de 26 de março até 4 de abril, quando serão revistas, podendo ser suspensas ou mantidas.
Haverá atendimento presencial apenas de serviços essenciais, teletrabalho para funcionários públicos. Permanecerão fechadas creches, escolas, universidades, cursos de idiomas e autoescolas. Será proibida a permanência em vias públicas entre as 23h e as 5h. Ficam fechados para atendimento presencial museus, bibliotecas, bares, lanchonetes, restaurantes e quiosques.
As lanchonetes, restaurantes e bares poderão funcionar com entregas a domicilio, drive-thru e retiradas. Poderão funcionar comércio de alimentos, bebidas, supermercados, açougues, padarias, assim como bancos, lotéricas, comércio atacadista, feiras livres, postos de combustíveis e revenda de gás, mecânicas, lojas de autopeças, hotelaria, transporte de passageiros, indústrias, call centers e funerárias, entre outros segmentos essenciais. As praias permanecem fechadas para banho ou permanência na areia, sendo tolerado apenas a prática de exercícios individuais.
O prefeito de Niterói explicou que o objetivo foi tomar medidas integradas com o Rio, cidade que recebe diariamente um grande contingente de trabalhadores niteroienses. “Procurei o prefeito Eduardo Paes porque Niterói já ia tomar medidas de restrições e achei importante que fizéssemos isso de uma forma integrada. Nossas cidades não são ilhas, sofrem da falta de ação das cidades vizinhas, que geram sobrecarga na nossa rede hospitalar. Estamos vivendo o momento mais crítico da trajetória da pandemia, nos preocupa demais. As coisas estão acontecendo muito rápido”, disse Grael.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, destacou que as medidas não são agradáveis, principalmente do ponto de vista econômico, mas extremamente necessárias para garantir a vida. Ele negou que tenha se atrasado no decreto das medidas.
“Nenhum de nós toma as decisões hoje felizes, mas por necessidade. Entendemos os aspectos econômicos, mas ouvimos a ciência. Ninguém aqui é alarmista, deixa de se preocupar com problemas sociais, mas entendemos que o fundamental é a preservação de vidas. A gente fez de tudo para não tomar essas medidas, mas elas são necessárias. É preciso que as pessoas entendam que este processo é inevitável. Nós estamos tomando as medidas no tempo certo”, disse Paes.
Os decretos serão publicados nos respectivos Diários Oficiais dos municípios de Niterói e do Rio, com o detalhamento das medidas.
(Agência Brasil)