TROMBOSE

Tatuadora tem braço amputado após realizar lipoescultura

“Eu não perdi somente o meu braço, eu perdi o meu sonho, perdi o meu trabalho”, disse a mulher após sofrer o procedimento cirúrgico

Tatuadora tem braço amputado após realizar lipoescultura
A tatuadora teve o braço direito amputado até pouco acima do cotovelo (Crédito Foto: Arquivo Pessoal)

A tatuadora Camila Gama, 41 anos, teve seu braço direito amputado após passar por uma cirurgia de lipoescultura em uma clínica de Goiânia (GO). Nascida e criada na capital goiana, Camila mudou-se para os EUA há sete anos, onde trabalhava com micropigmentação de sobrancelha.

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Segundo a tatuadora, depois de fazer a lipoescultura seu braço direito apresentou uma trombose arterial que culminou na amputação do membro por um descuido do anestesista de plantão.

Depois de receber alta da cirurgia, que custou quase R$ 40 mil, ela começou a se sentir mal e voltou ao hospital. Diagnosticada com trombose, ela teve que amputar o braço.

A mulher passou por todos os trâmites clínicos antes de passar pela cirurgia. Após realizar uma bateria de exames, Camila marcou a data da cirurgia para o dia 3 de março e embarcou para o Brasil, com destino à sua cidade natal.

No dia marcado, a tatuadora estava no centro cirúrgico da clínica, realizando uma lipoescultura no corpo, do pescoço até o joelho. No dia seguinte com a alta médica, Camila já estava se recuperando na casa dos pais.

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Alguns dias depois, a tatuadora passou mal e precisou retornar à clínica. Estava com anemia. Após receber duas bolsas de sangue, ela se sentiu melhor e recebeu alta. No dia seguinte, porém, desmaiou no banho. Depois perdeu as forças nas pernas e, por isto, não pôde se movimentar.

“Liguei para o médico, que pediu que eu voltasse até a clínica. Mas ele não estava lá e pediu a um médico de plantão para receitar um suplemento à base de ferro injetável”, relatou.

De acordo com Camila, as enfermeiras só conseguiram encontrar uma veia no braço para injetar o remédio depois de seguidas tentativas; ela foi levada de maca até o anestesista de plantão.

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“Foi aí que o meu pesadelo começou. Ele estava de máscara, não sei quem é, não sei o nome dele, ele simplesmente baixou a máscara e disse ‘oi’ para mim e pegou uma veia no meu pulso e injetou o medicamento. Comecei a sentir uma dor bastante forte, eu comecei a falar para todos que estava doendo, mas disseram que era normal, que o remédio doía mesmo e me levaram de volta para o quarto.”, disse.

Logo depois, os dedos da mão direita começaram a escurecer. Sua mãe, que a acompanhava, avisou o cirurgião que havia feito a lipoescultura. Ele chegou à clínica acompanhado de um angiologista e a tatuadora foi levada de ambulância para um hospital, onde passou por duas cirurgias.

“Eles estavam tentando salvar minha mão, que já estava necrosando. Meu braço apresentava uma trombose na artéria até perto do ombro. Um especialista nessa área foi chamado também e sugeriu uma medicação que viria dos Estados Unidos para poder diminuir a trombose. Graças a esse medicamento ele conseguiu salvar metade do braço“, recorda Camila, explicando que a amputação foi necessária até um pouco acima do cotovelo.

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Uma investigação foi aberta pela Polícia Civil para apurar se a tatuadora foi vítima de erro médico durante a cirurgia e nos cuidados pós-operatórios.

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