
Uma operação de fiscalização ambiental resultou na autuação de comerciantes em sete estados brasileiros e no Distrito Federal, com multas que somam R$ 2,38 milhões. A ação, liderada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), visou o comércio ilegal de peixes ornamentais geneticamente modificados. Esses animais, que somam 58.842 exemplares, estão destinados ao sacrifício devido aos riscos que representam ao meio ambiente.
A operação, denominada Quimera Ornamental – Acari, foi desencadeada após a descoberta de peixes transgênicos em rios de Minas Gerais. O município de Muriaé foi um dos principais focos da investigação, que se estendeu por lojas, depósitos e criadouros em diversos estados. O Ibama buscou entender a cadeia de produção desses peixes no Brasil, levando à identificação de espécies como o paulistinha, tetra-negro e beta, todas modificadas geneticamente para apresentar cores mais vibrantes.
Por que os peixes geneticamente modificados são perigosos?
Os peixes ornamentais geneticamente modificados, como os apreendidos na operação, recebem genes de organismos como anêmonas e águas-vivas. Essa modificação lhes confere cores mais intensas e, em alguns casos, a capacidade de brilhar sob luz ultravioleta. Embora atraentes para os consumidores, a importação, armazenamento e venda desses animais no Brasil são ilegais. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) não avaliou os riscos que eles podem representar ao meio ambiente e à saúde.
O principal perigo desses peixes transgênicos é o potencial desequilíbrio ecológico que podem causar se liberados na natureza. A introdução de espécies geneticamente modificadas em ecossistemas naturais pode afetar a biodiversidade local de maneiras imprevisíveis, levando à aplicação do princípio da precaução. Além disso, a origem desses peixes é suspeita, uma vez que as matrizes provavelmente foram importadas ilegalmente.
Quais outras espécies foram envolvidas na operação?
Além dos peixes transgênicos, a operação Quimera Ornamental identificou o comércio ilegal de outras espécies sem a devida autorização e certificação de origem. Entre elas, destacam-se o axolote, uma espécie exótica de salamandra, e arraias de água doce do gênero Potamotrygon. A comercialização dessas espécies sem controle adequado representa um risco adicional ao equilíbrio dos ecossistemas locais.
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