Fórum Paulista de Desenvolvimento

“A televisão aberta tem um futuro muito grande”, diz presidente da TV Cultura

José Roberto Maluf fez um discurso sobre tendências no jornalismo audiovisual diante da chegada da Inteligência Artificial nas redações e nos estúdios

televisão
José Roberto Maluf fala sobre os rumos da televisão – Crédito: Carolina Silva

Alba Renai é o nome da primeira apresentadora de televisão espanhola criada exclusivamente por Inteligência Artificial. Em março deste ano, ela foi anunciada como narradora oficial do reality “Sobrevivientes”, gerando reações, no mínimo, controversas. Hoje, ela cuida da cobertura digital do programa, postando conteúdos exclusivos sobre os participantes.

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Alba é apenas uma entre muitos avatares que estão entrando no telejornalismo e ocupando lugares que, até então, eram de pessoas reais. Mas, com a chegada dos funcionários digitais, como será o futuro do jornalismo?

Diante deste cenário, José Roberto Maluf, presidente da TV Cultura, trouxe alguns questionamentos e reflexões sobre o que está por vir no mundo audiovisual. Seu discurso foi realizado nesta segunda-feira (27) durante a sexta edição do FOPA (Fórum Paulista de Desenvolvimento).

“Esse é o futuro? Essa é a inteligência artificial que nós queremos?“, questionou ele. “Essa é a nossa principal preocupação hoje na televisão – seja ela aberta, fechada, ou em streaming. Qual é o caminho a seguir diante dessa novidade que já existe mundo afora?”.

Televisão 3.0

As respostas de tais perguntas não são simples. Porém, Maluf apresentou algumas medidas que devem fazer parte das mudanças estruturais vividas pelas grandes emissoras.

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“Vai ser uma revolução na televisão aberta”. Foi assim que o presidente da Fundação Padre Anchieta descreveu uma conjuntura de fatores que tornarão a TV tão interativa quanto o formato digital.

Isso porque a TV aberta compete com o streaming, que oferece conteúdo de acordo com as preferências e os horários do espectador. A rede pública, por outro lado, é acessível para os 70% dos brasileiros que não têm condições de adquirir os pacotes digitais.

Entretanto, a produção de conteúdo tem mudado. A geração Z, por exemplo, prefere assistir compilados de melhores momentos do que acompanhar a programação ao vivo. As emissoras terão que se adaptar para corresponder os gostos do público.

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“Nessa nova era, não se trata de transmissão. Trata-se de ter o melhor pipeline de conteúdo. Ou seja, na sua casa, o sinal será de cinema, o som será imersivo”, explicou Maluf. Além disso, ele informou que a grade de programação da televisão deve ser personalizada.

O mesmo vale para as propagandas. Ao mesmo tempo em que os anúncios se tornam mais relevantes para os consumidores, os patrocinadores conseguem obter uma segmentação otimizada.

O presidente da TV Cultura ainda previu uma adaptação em torno de aspectos físicos, como a transmissão e recepção de sinal. “A tendência é que a transmissão seja via nuvem, com menos cabos e mais computadores“, afirma ele.

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De acordo com Maluf, a mudança está próxima de acontecer. A “nova experiência de televisão” já existe internacionalmente, e deve ser importada para o Brasil até 2025, a depender da relocação dos investimentos necessários.

 

55 anos da TV cultura

Maluf também citou o aniversário de 55 anos de TV Cultura. O diretor enfatizou que a Fundação Padre Anchieta é uma “entidade autônoma, independente, absolutamente voltada para a cultura, a educação e a informação com credibilidade”.

Além de apresentar algumas séries de sucesso, como a série “Independências”, anunciou a futura chegada de um programa voltado para a experiência de migrantes nordestinos que vieram ao Sudeste.

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